Carcinoma in situ: entenda o câncer de pele de Bolsonaro
Ex-presidente fez operação para remover lesões de pele no último domingo, foi internado na terça-feira e já teve alta
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi diagnosticado com carcinoma de células escamosas in situ. No último domingo (14), ele foi internado para uma operação de remoção de lesões de pele, e recebeu alta no mesmo dia. Na terça-feira (16), voltou ao Hospital DF Star com quadro de vômito, tontura e pré-síncope (a sensação de desmaio iminente, causada pela queda na pressão arterial).
Bolsonaro recebeu alta na tarde desta quarta (17). Com tratamento endovenoso, os sintomas apresentaram melhora. A nota da equipe médica anuncia também que o laudo das lesões de pele apontou “a presença de carcinoma de células escamosas ‘in situ’, em duas das oito lesões removidas, com a necessidade de acompanhamento clínico e reavaliação periódica”.
A nota é assinada pelos médicos do Hospital DF Star Cláudio Birolini, chefe da equipe cirúrgica; Leandro Echenique, cardiologista; e os diretores Guilherme Meyer e Alisson Borges.
Nas redes sociais, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou que Bolsonaro apresenta anemia persistente e alteração da função renal. Entre maio e abril deste ano, Bolsonaro passou três semanas internado para uma cirurgia de reconstrução da parede abdominal e remoção de aderências intestinais.
Com a alta, Bolsonaro retornou à prisão domiciliar determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Na última semana, ele foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por participar de tentativa de golpe de estado.
O que é carcinoma de células escamosas?
O carcinoma de células escamosas é um tipo de câncer de pele não melanoma. Trata-se do grupo mais comum de tumores no Brasil, geralmente de fácil tratamento e altos índices de cura.
A pele é estruturada por três tipos diferentes de células: as escamosas, as basais e os melanócitos. Como o nome aponta, este tipo de câncer afeta as células escamosas. É um dos tipos mais frequentes, já que as células escamosas são as mais numerosas na epiderme.
Elas compõem a camada mais exterior da pele e constituem também o revestimento da garganta e do trato digestivo – só que, quando o câncer atinge as células escamosas desses órgãos, leva o nome do órgão afetado.
+Leia também: Conheça o carcinoma basocelular, câncer mais comum do Brasil
Como diagnosticar e tratar o carcinoma de células escamosas?
O fator de risco central para o desenvolvimento deste tipo de câncer é a exposição ao sol. Na verdade, é a luz ultravioleta a responsável pelos danos. Tratamentos radioterápicos prévios também aumentam a chance deste câncer.
Câmaras de bronzeamento artificial são outro causador do câncer, que pode ainda surgir em queimaduras, cicatrizes e feridas antigas. Infecções crônicas de pele são outra razão para o aparecimento do carcinoma.
Rugas, mudanças na pigmentação da pele e perda de elasticidade são alguns sinais dos danos causados pelo sol. A doença é mais frequente em homens do que em mulheres.
O diagnóstico do carcinoma é feito por meio de biópsia – a remoção das lesões para análise laboratorial, como foi realizada no caso de Jair Bolsonaro.
Os primeiros sinais deste tipo de câncer são lesões de pele que não cicatrizam ou nódulos. Em geral, o carcinoma de células escamosas tem a aparência de uma lesão persistente e espessa, que descama e pode sangrar. Qualquer lesão de pele, verruga ou nódulo deve ser avaliada por um dermatologista, que pode apontar se é necessária maior investigação.
O carcinoma de células escamosas pode se tornar avançado, caso em que tratamentos como radioterapia podem se fazer necessários.
O que significa a classificação “in situ”?
Um carcinoma “in situ” é um tipo maligno de câncer em estágio inicial. As células cancerosas ficam restritas a uma parte do órgão afetado e não são capazes de se espalhar para estruturas próximas. O termo “in situ” significa “no lugar”, representando o fato de que este tipo de câncer não se dissemina pelo corpo.
Isso significa que o carcinoma “in situ” é um câncer não-invasivo.
Mas, caso não seja tratado, o carcinoma “in situ” pode se transformar em um câncer invasivo, atingindo vasos e órgãos próximos e evoluindo para uma metástase.







