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Bebê de seis meses morre de coqueluche no Paraná

É a primeira morte pela doença respiratória em três anos. Surtos são esperados e praticamente inevitáveis, mas mortes podem ser prevenidas com vacina

Por Chloé Pinheiro
29 jul 2024, 13h31
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A coqueluche afeta os pulmões principalmente de bebês. (Ilustração: Estúdio Coral e Rodrigo Damati/Veja Saúde)
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A Secretaria de Saúde do Paraná confirmou uma morte por coqueluche no último dia 26. A vítima é um bebê de seis meses, que morava em Londrina. Mais um óbito, de um bebê com apenas três meses, está em investigação.

O estado registrou 24 casos da doença respiratória entre janeiro e a primeira quinzena de junho, uma alta de 500% em relação ao mesmo período de 2023. Em São Paulo também houve aumento das notificações. 

Também conhecida como tosse comprida, a infecção é provocada pela bactéria Bordetella pertussis e atinge principalmente o sistema respiratório. Os sintomas são inespecíficos: tosse seca, mal-estar e febre, o que dificulta o diagnóstico.

A última morte registrada no Brasil havia ocorrido em 2020. Em 2019, 12 foram 12 vítimas fatais.

+ Leia também: Coqueluche: casos no Brasil e Olimpíadas renovam preocupação com a doença

Por que a coqueluche está se espalhando agora?

O infectologista pediátrico Renato Kfouri, da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) explica que dois fatores favorecem a transmissão da coqueluche. “Ela é, junto com o sarampo, uma das doenças de maior transmissibilidade. Além disso, a imunidade conferida pela infecção e pela vacina não é tão duradoura”.

Então, a cada 5 ou 7 anos, a bactéria volta a encontrar indivíduos suscetíveis e se espalha novamente. O último surto no Brasil foi em 2014, quando 8,5 mil casos foram confirmados. “A pandemia de coronavírus provavelmente atrasou o surgimento desta nova onda”, comenta Kfouri.

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A importância da vacina

Quando a infecção ressurge, atinge pessoas de todas as faixas etárias. Porém, nos adultos os sintomas são leves, então raramente ela é diagnosticada. O perigo é maior para crianças pequenas. “Cerca de 90% dos óbitos ocorre em menores de um ano de idade”, destaca Kfouri.

A vacinação é a principal forma de prevenir a coqueluche. Bebês devem tomar 3 doses da vacina pentavalente, aos 2, 4 e 6 meses de vida. Já as gestantes tomam a tríplice acelular, e assim passam anticorpos aos filhos e garantem a proteção durante o primeiro semestre de vida dos filhos.

O médico explica que a falta de vacinação nas grávidas ou a aplicação fora do tempo oportuno são os principais fatores que levam ao óbito. “O aumento de casos em si não tem relação com a cobertura vacinal, mas as mortes, em geral, sim”. 

A taxa de crianças que receberam a pentavalente melhorou, depois de anos de queda nas coberturas vacinais. Hoje está na casa dos 85%. Mas Kfouri levanta duas questões em relação à estatística. “Primeiro, ela leva em conta a vacinação aos 12 meses, então não sabemos se os bebês foram vacinados no tempo certo. Segundo, a cobertura não é homogênea, então temos locais onde a situação é pior”.

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Ou seja, a situação melhorou, mas ainda não é a ideal.

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Por que a coqueluche pode matar?

A infecção se concentra nas vias aéreas superiores, onde gera um processo inflamatório que tem como principal repercussão a tosse, que é persistente e provoca crises intensas.

“Essa inflamação obstrui as vias aéreas e pode gerar uma insuficiência respiratória grande”, explica Kfouri. Em última instância, pode faltar oxigênio para abastecer o cérebro, e os próprios acessos de tosse oferecem risco de hemorragia cerebral e convulsões.

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Desidratação e pneumonia também são complicações graves da doença.

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