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Asma e DPOC são cada vez mais comuns — mas estão matando menos

Pesquisa gigantesca analisa o impacto de ambas as doenças respiratórias na saúde ao redor do mundo

Por Giovana Feix
Atualizado em 14 fev 2020, 18h24 - Publicado em 30 ago 2017, 15h51
asma e DPOC matam menos
Essas duas doenças respiratórias estão menos perigosas que antigamente. (Dula/SAÚDE é Vital)
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Primeiro, a má notícia: a asma e a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), duas das principais complicações do trato respiratório, ficaram mais comuns ao redor do mundo. E, agora, a boa: elas estão matando menos gente.

É o que mostra o levantamento mais completo sobre o assunto dos últimos tempos, o Global Burden of Disease (GBD) 2015, da publicação científica The Lancet. O relatório se debruça sobre epidemias no geral, porém os dados a respeito dessas duas disfunções respiratórias foram coletados pelos pesquisadores entre os anos de 1990 e 2015.

Durante o período levado em consideração, a porcentagem da população que sofre de asma subiu em cerca de 12%. Na contramão, o número de mortes relacionada à doença diminuiu mais ou menos 27%.

Em relação à DPOC — uma mistura de bronquite com enfisema pulmonar que é comum em fumantes —, foi possível observar um aumento de 44% na sua prevalência ao redor do mundo. Essa explosão de casos foi acompanhada de um crescimento de cerca de 11% na quantidade total de mortes. Uma análise mais atenta, no entanto, demonstra que a taxa de mortalidade entre os pacientes com DPOC despencou 42%, quando se observa apenas indivíduos na mesma faixa etária.

Dito de outra maneira, a DPOC não é mais tão mortal quanto antes entre quem sofre com ela. Porém, o crescimento e o envelhecimento populacional a tornaram bem mais incidente, o que fez subir o número absoluto de óbitos.

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Saúde respiratória e economia

O GBD também levantou números importantes quanto a outras questões, como a influência de fatores socioeconômicos nas chances de sobrevivência. Resultado: as mortes por asma especificamente são mais suscetíveis a esta interferência. Talvez, e só talvez, isso ocorra em decorrência de piores condições de assistência aos enfermos.

Os estudiosos constataram ainda que a exposição à poluição do ar e ao tabagismo, por exemplo, estão intimamente relacionados aos dois males. “Houve numerosas iniciativas para diminuir o tabagismo ao redor do mundo”, escrevem Onno van Schayck e Esther Boudewijns, pesquisadores da Universidade de Maastricht, na Holanda, em artigo sobre o assunto para o The Lancet. “Agora é o momento de encararmos a poluição ambiental e doméstica, que, juntas, afetam mais a vida das pessoas com a doença do que o próprio cigarro”.

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