As principais ISTs para evitar no Carnaval, de clamídia a sífilis
As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) vêm crescendo no Brasil, sobretudo entre os mais jovens. Veja como se proteger durante o Carnaval
Por Pedro Nakamura, Maurício Brum e Sílvia Lisboa
17 fev 2020, 17h35 • Atualizado em 15 mar 2023, 11h39
A infecções sexualmente transmissíveis seguem em crescimento no Brasil. (Foto: Tomás Arthuzzi/SAÚDE é Vital)
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Casos de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) têm crescido no Brasil, sobretudo entre os jovens de 15 a 29 anos. Para evitar que essa tendência seja turbinada no Carnaval, é preciso conhecer os parasitas que mais têm circulado no nosso país.
As notificações de sífilis, por exemplo, mais que dobraram nos últimos anos, passando de 34,1 casos a cada 100 mil habitantes em 2015 para 75,8 em 2018.
Já a aids se tornou uma epidemia jovem. Enquanto as infecções por HIV caem na população em geral, elas não param de subir na turma abaixo 35 anos.
Especialistas apontam que essa geração tem menos medo das epidemias de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), o que deixou jovens mais relaxados quanto à prevenção e ao sexo seguro. E não tem segredo: a camisinha é o método mais garantido de não pegar ou espalhar essas encrencas.
Aliás, a sigla IST vem substituindo a DST. Os especialistas alegam que o termo “infecção”, em comparação com “doença”, contempla melhor a ideia de que alguém pode carregar um parasita no corpo e espalhá-lo a outras pessoas, mesmo sem sinais ou sintomas.
Independentemente do nome, o fato é que esses problemas podem, sim, causar consequências sérias e até morte. E isso vale para o Carnaval e o resto do ano.
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Confira a seguir algumas ISTs pra ficar especialmente de olho durante a folia:
1) Aids
Segundo dados do Ministério da Saúde, há estabilidade nos níveis de infecção por HIV no Brasil: em média, são cerca de 40 mil novos casos anualmente. No entanto, na última década, os índices de contágio têm subido entre as faixas etárias mais jovens, sobretudo dos 15 a 29 anos.
A transmissão do vírus causador da aids ocorre por contato sexual ou com sangue infectado. A doença segue sem cura e potencialmente mortal se não tratada. Hoje, há cerca de 900 mil portadores do HIV no Brasil, mas aproximadamente 132 mil não sabem que têm o vírus.
Em toda a sua rede de saúde, o SUS oferece gratuitamente um teste rápido de detecção do HIV, com resultado em até 30 minutos. E também disponibiliza remédios gratuitamente.
Transmitida por relações sexuais ou de forma congênita (da mãe para o bebê), a bactéria da sífilis pode ficar sem manifestar sintomas por até 40 dias, quando passa a exibir feridas nos genitais ou manchas no corpo.
Após um tempo sem tratamento, os sintomas até desaparecem, mas não porque o micro-organismo foi eliminado. Na verdade, ele entra em um período de latência e se espalha pelo corpo. Anos depois, “ressurge” com força total.
Se não for tratada, no longo prazo a enfermidade chega a causar danos neurológicos e cardiovasculares, além de cegueira e morte.
Com maior incidência entre mulheres, a tricomoníase é a mais comum das ISTs. Calcula-se 156 milhões de infecções no mundo em 2016, de acordo com o boletim mais recente da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Causada por um protozoário, esse parasita encontra em vaginas e uretras um ambiente favorável para a sua sobrevivência.
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A tricomoníase é transmitida exclusivamente pela via sexual e não costuma manifestar sintomas, porém pode ser detectada em exames de urina ou análises de secreções vaginais e uretrais.
Sem tratamento, a infecção dispara uretrites e vaginites, além de complicações na gravidez. E mais: ela facilita a transmissão das ISTs mais graves, como HIV, gonorreia e clamídia.
Causada por uma bactéria, é a segunda doença sexualmente transmissível mais comum. Segundo a OMS, só em 2016 foram 126 milhões de novas infecções no mundo.
Em média, apenas um em cada cinco casos manifestam sintomas: corrimento amarelado ou claro e dor ao urinar e no sexo. Durante as relações, mulheres não raro apresentam sangramento, enquanto os homens reclamam de ardência, corrimento e desconforto nos testículos.
Se não for tratada, a clamídia chega a ocasionar infertilidade em ambos os sexos, dores crônicas e complicações na gestação.
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No Brasil, faltam dados epidemiológicos sobre a doença por ela não ter status de notificação obrigatória. Entretanto, números dos Estados Unidos sugerem que a maior parte dos casos ocorre entre os jovens, de 15 a 24 anos.
Geralmente, a gonorreia infecta a uretra humana após o contágio via relação sexual. Acontece que a bactéria da doença pode facilmente se espalhar a outros órgãos.
Em casos de sexo oral ou anal, a IST também afeta o reto e a garganta, deflagrando dores e secreção de pus nessas regiões. Até os olhos podem sofrer, na forma de conjuntivite.
Antibióticos antigos contra a doença tendem a não funcionar mais: o uso incorreto de medicamentos contra a gonorreia criou cepas superresistentes da bactéria. Hoje, o acompanhamento médico é obrigatório.
Caso seja negligenciada, provoca infertilidade em ambos os sexos e inflamações graves pelo corpo, inclusive no coração, pélvis e articulações.
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