Afinal, como aumentar a imunidade? Suplementos e alimentos funcionam?
Mais do que produtos milagrosos, hábitos saudáveis, alimentação equilibrada e vacinas em dia são as chaves para manter a imunidade

Shot matinal, mix de vitaminas, shakes, medicamentos e dietas especiais são apenas algumas das soluções recomendadas diariamente por especialistas e leigos na internet com a promessa de aumentar a imunidade.
De cara, é preciso ter cautela ao se deparar com textos, vídeos e materiais que garantem métodos fáceis e infalíveis de manter a saúde. A maioria dessas promessas de “superimunidade” não tem validade científica — além de serem perigosas a depender dos “ingredientes” indicados.
Mesmo as tão benéficas vitaminas podem ser desnecessárias e até prejudiciais, quando em excesso. Como veremos, a imunidade é um tema complexo, que envolve um conjunto de tecidos, órgãos, células e moléculas responsáveis por proteger o organismo.
Podemos fortalecer a imunidade?
Manter um sistema imunológico forte e capaz de barrar agentes infecciosos é importante. Sabemos que uma queda nas barreiras imunológicas é suficiente para aumentar os riscos de doenças oportunistas.
Contudo, não há fórmulas mágicas para que o sistema imune funcione de forma adequada: nem medicamentos, nem vitaminas, nem alimentos específicos podem, sozinhos, fortalecer a imunidade de uma pessoa.
O equilíbrio é a chave para manter a imunidade saudável. Quando alguém relata infecções recorrentes, isso pode indicar algum problema no sistema imune.
Doenças crônicas podem ser as responsáveis pelo enfraquecimento da imunidade, mas só um médico pode realizar o diagnóstico e recomendar o tratamento adequado, caso seja necessário.
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Vacinação, rotina e alimentação: os pilares da imunidade
De maneira geral, a manutenção do sistema imune não exige nenhum remédio milagroso. Ela está baseada em um estilo de vida saudável, que inclui prática regular de exercícios físicos, alimentação balanceada e vacinas atualizadas.
As vacinas, por exemplo, são as principais responsáveis por prevenir diversas doenças e infecções do cotidiano. Ao estimular a produção de anticorpos, os imunizantes “ensinam” o corpo a se defender de ameaças semelhantes futuras.
Já a dieta balanceada é muito mais importante do que aquele alimento mágico das redes sociais ou cápsulas com dezenas de multivitamínicos diárias: uma dieta completa, composta por produtos naturais, é capaz de suprir todas as necessidades do nosso corpo.
Outra atitude indispensável para manter a imunidade funcionando são as atividades físicas regulares, aliadas ao sono adequado. Estresse, consumo de álcool e tabagismo são fatores que podem comprometer o bom funcionamento do sistema imune.
E a vitamina C, o mel e o própolis?
Muitas pessoas podem se frustrar, mas a verdade é que nenhum desses ou outros produtos, de maneira isolada, é capaz de aumentar a imunidade.
É claro que eles contêm propriedades benéficas e fundamentais e, numa análise mais abrangente, podem contribuir para o funcionamento do sistema imune. O problema, entretanto, é acreditar que tais vantagens discretas compensem uma vida sedentária e estressante, aliada a uma alimentação nutritivamente pobre.
Se a atividade física não está em dia, as vacinas estão atrasadas ou a dieta inadequada, não há “shot de imunidade” que proteja o organismo.