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Abril Marrom: oftalmologistas alertam para prevenção da cegueira

Campanha anual do Conselho Brasileiro de Oftalmologia destaca importância de verificar saúde dos olhos pelo menos uma vez por ano

Por Sílvia Lisboa
10 abr 2024, 07h40
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O glaucoma é o mais famoso, mas várias condições podem levar a uma perda de visão - da miopia muito elevada ao retinoblastoma, mais comum em crianças (pikisuperstar/Freepik)
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Todo mundo tem uma especialidade médica que frequenta mais. Mas, em geral, a consulta anual ao oftalmologista é uma das mais negligenciadas. É por isso que o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) lança a campanha Abril Marrom para orientar a importância da prevenção à cegueira antes que os primeiros sintomas da baixa visão apareçam.

A falta de hábito de revisar a saúde ocular cobra caro. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que 80% dos casos de deficiência visual poderiam ser evitados com consultas anuais e tratamento precoce. Uma simples consulta de rotina anual pode ser a diferença entre manter a visão ou ter problemas ali adiante.

Muitas doenças oftalmológicas só são percebidas em estágio avançado, como o glaucoma. Uma das causas da condição, o aumento da pressão intraocular provoca uma lenta perda do campo visual. Os pacientes só procuram ajuda quando esse déficit já avançou e ficou definitivo.

O último Censo revela que 3,1% dos brasileiros ou 6,3 milhões não enxergam de modo algum mesmo usando óculos. Isso indica mais de quatro vezes os 1,5 milhão de brasileiros clinicamente cegos em 2019, conforme estudo da CBO.

+Leia também: As principais doenças que causam deficiência visual e como evitá-las

Geralmente, o glaucoma surge a partir dos 40 anos. Também há um componente hereditário, especialmente entre negros e asiáticos, com a doença também podendo ser decorrente de alta miopia, escavação no nervo óptico, sangramento no fundo do olho, trauma, hipertensão arterial e diabetes.

O diagnóstico é feito através da tonometria que mede a pressão intraocular, exame de fundo de olho e a campimetria, que mede o campo visual.

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A maioria dos pacientes usa entre dois e três colírios todos os dias para manter a pressão intraocular sob controle, e a cirurgia a laser também costuma ser uma opção para estancar a perda da visão.

Além do glaucoma: outras doenças que causam cegueira

Há também outras doenças que levam à cegueira: a catarata, a degeneração macular e a retinopatia diabética.

A catarata responde por 49% dos casos de cegueira no país. Neste caso, diferentemente do glaucoma, a visão pode ser recuperada por meio de uma cirurgia na qual o cristalino do olho é substituído pelo implante de uma lente intraocular.

+Leia também: Cirurgia de catarata: uma forma de resgatar a qualidade de vida

O que pouca gente sabe é que a catarata não é só parte do envelhecimento, mas também pode ser causada por trauma e tratamento contínuo com certos medicamentos, como estatinas, corticoides ou antidepressivos. Quem faz uso dessas medicações deve ficar atento quanto a esses efeitos e avaliar com o médico.

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Já a degeneração macular relacionada à idade (DMRI) surge na terceira idade. Atinge a mácula, porção central da retina, e deixa a pessoa com dificuldade para ver detalhes. O tabagismo é uma das principais causas.

O tratamento da DMRI é feito com uma combinação de compostos vitamínicos e injeções antiangiogênicas. É claro também que é preciso apagar o cigarro para não haver evolução.

A quarta causa de cegueira é a retinopatia diabética, muito prevalente no Brasil que detém a quinta maior incidência de diabetes do mundo. A perda de visão geralmente aparece depois da primeira década do convívio com diabetes e mesmo pacientes com a doença controlada precisam dar atenção à saúde ocular.

Olhinhos das crianças também precisam de atenção

Os bebês contam com um aliado de peso ao nascer: o teste do olhinho, capaz de diagnosticar a catarata, o glaucoma e a retinoblastoma, um tipo raro de tumor intraocular.

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O que poucos pais sabem é que o teste do olhinho pode ser repetido a cada três meses até o terceiro ano de vida, para pegar casos que não aparecem logo ao nascer. Sintomas com pus nos olhos, vermelhidão e lacrimejamento constante são sinais de atenção.

+Leia também: Retinoblastoma, um câncer que acomete os olhos e é mais comum nas crianças

Pais podem usar um teste simples para mensurar a visão das crianças em casa. A CBO orienta que, ao redor dos sete meses, pode-se tapar um dos olhos da criança, com um tampão, fixado com micropore, e colocar um brinquedo diante dela. Se ela apanhar e brincar, é sinal que a visão vai bem. Repita com o outro lado e verifique se a reação é a mesma.

Já nas crianças maiores é importante também controlar o excesso de telas, que pode agravar a miopia, sendo preocupante especialmente naqueles que já têm grau alto.

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