Desde que terapia antirretroviral foi implantada, em 1996, no Reino Unido, a mortalidade de pessoas infectadas pelo vírus da imunodeficiência humana, o HIV, caiu drasticamente por lá.
Ainda assim, segundo dados de uma pesquisa da Universidade College London, publicada no periódico científico The Lancet, 58% das mortes entre os soropositivos investigados foram causadas pela aids. Em resumo, a doença segue sendo a principal causa de óbitos nesse grupo — especialmente entre os que descobrem tarde demais que possuem o vírus.
Para ter ideia, o diagnóstico tardio mais do que triplicou o risco de morte entre os indivíduos com aids que participaram do levantamento — os cientistas coletaram dados de 1997 a 2012. Na contramão, detectar o vírus nos seus primeiros passos reduziu em cerca de 35% a probabilidade de falecer durante o período do estudo.
No Brasil, o número de novos casos e de óbitos por aids é praticamente o mesmo que o registrado há dez anos, segundo o Ministério da Saúde.
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No entanto, se o tratamento evoluiu e o HIV deixou de ser uma sentença de morte, por que os dados não mudaram? Bom, é que, além de não se prevenir — usando camisinha durante as relações sexuais, por exemplo — os indivíduos infectadas têm preconceito sobre o assunto.
Quanto à solução para o cenário, ingleses e brasileiros são unânimes: é primordial que se faça mais testes para detectar o HIV. Fugir do diagnóstico não ajuda em nada.
“As pessoas não devem ter receio de se testar, porque o melhor que um soropositivo pode fazer por sua vida é descobrir o quadro precocemente e começar o tratamento”, afirmou o infectologista Ricardo Vasconcelos, do Hospital das Clínicas de São Paulo, em entrevista à SAÚDE sobre o autoteste.
Aliás, o tal autoteste foi criado justamente com intuito de derrubar algumas dessas barreiras. Ele é vendido em farmácias e pode ser feito sem a ajuda de terceiros, o que garante privacidade. No fim das contas, é bom ter em mente que a aids é um problema ainda longe de estar superado.
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