O corpo foi feito para se movimentar: saiba por onde começar
Treinadores compartilham em livro um plano de ação a fim de recrutar músculos, articulações e companhia — inclusive as regiões mais esquecidas no dia a dia
É fato: o sedentarismo não só abre a porteira para diabetes, tumores e doenças cardiovasculares como encurta os anos de vida pela frente.
Outro fato: o estilo de vida atual, especialmente em grandes cidades, favorece esse comportamento para o qual o corpo humano não foi biologicamente projetado.
Então é hora de repensarmos quanto nos movimentamos na rotina. Eis a proposta do livro Você Foi Feito para Se Mover (clique para comprar), dos treinadores esportivos Juliet e Kelly Starrett.
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Na obra, encontramos um programa de incentivo à implementação de práticas e exercícios no cotidiano, ativando áreas do organismo que muitas vezes ficam esquecidas, mas são importantes para o funcionamento geral — caso do abdômen e do quadril (veja abaixo).
“Queremos que você encare seus hábitos diários com um novo olhar, que busque oportunidades para se movimentar nos momentos em que antes isso pareceria impossível e repense o que significa estar em forma. Se você faz atividades físicas, o tempo e o esforço dedicados não são um desperdício – longe disso –, porém o corpo também precisa se mover ao longo do dia. Além disso, passar menos tempo sentado e mais tempo de pé traz uma série de benefícios”, afirmam os autores.
Além disso, são apresentados dez testes de mobilidade que permitem avaliar se você está enferrujado, confira alguns:
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Retrato do sedentarismo no Brasil
A falta de atividade física é um problema crônico no país. É o que revela a pesquisa Covitel 2023 (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia).
Os dados do estudo indicam que apenas 31,5% dos brasileiros praticam pelo menos 150 minutos de atividade física moderada ou vigorosa por semana – a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para uma vida mais saudável.
Os pesquisadores observaram variações na adesão ao exercício de acordo com fatores como idade, sexo e escolaridade. Entre os menos ativos, estão os indivíduos com mais de 65 anos (18,9%). Já a faixa de idade que mais adere à prática é a de 25 a 34 anos (37,9%).
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Enquanto isso, homens (34,8%) se mostraram mais engajados que as mulheres (28,3%). Pouco mais de 20% do menos escolarizados, entre 0 a 8 anos de estudos, se movimentam regularmente. Por outro lado, mais de 48% daqueles com 12 anos ou mais de estudo estão longe do sedentarismo.
O levantamento contou com a participação de 9 mil pessoas, de todas as regiões do Brasil.
“Para reverter esse estado sedentário, comece com atividades simples: busque subir escadas ou faça caminhadas, como na ida ao trabalho”, orienta o ortopedista Gabriel Pecchia, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP).