Coçar a cabeça é sinal de dúvida. Se a vontade persistir após a primeira esfregada, cuidado: podem ser piolhos vivendo ali. Para ser mais exato, são espécimes do Pediculus humanus capitis, o tipo que se aloja na cabeça.
O nome científico inspira a forma clínica de chamar a infestação desses bichinhos: pediculose. Além daqueles que ficam na cabeça, existem as variações Pediculus humanus corporis, que ficam pelo corpo, e a Phthirus pubis, conhecido popularmente como “chato” e aparece na região da virilha e púbis.
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Os piolhos corporais e da cabeça são parecidos, com diferenças no comprimento, já que o corporis é maior. O chato, por sua vez, faz jus ao nome, sendo menor e mais achatado.
O resto das características são semelhantes: minúsculos, se alimentam do sangue humano através de mordidas, causam coceira, não têm asas e vivem fora do nosso corpo, o que os classifica como ectoparasitas.
Como ocorre a transmissão de piolhos?
Existe uma ideia preconceituosa que relaciona pediculose a classe socioeconômica ou a uma suposta falta de higiene. Não é o caso. Qualquer pessoa pode pegar o parasita: basta ter um contato direto com uma pessoa que já tem piolhos.
Aliás, contato direto é a palavra de ordem aqui: como piolhos não voam nem pulam, eles se deslocam caminhando pelas superfícies.
Os piolhos capilares são mais comuns em crianças, especialmente aquelas com cabelo comprido, nas idades de 3 a 12 anos. Isso geralmente ocorre pelo contato em ambientes escolares, onde as crianças se encostam ao brincar e também compartilham objetos.
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O período de incubação dos ovos (lêndeas) pode demorar de 7 a 9 dias. Nesse período, as lêndeas podem ser confundidas com a caspa, já que são brilhantes, acinzentadas e grudam na raiz do cabelo.
Quais são os sintomas da pediculose?
Os sintomas das infestações de piolhos, quando ocorrem, normalmente só se manifestam entre 2 a 6 semanas após a primeira exposição.
Além da coceira intensa na região afetada, aparecem escoriações e crostas na nuca e nas orelhas (no caso da variante capitis) e a sensação de que algo se movimenta na região. A abertura de feridas em função da coceira também pode propiciar o aparecimento de infecções bacterianas.
Como tratar a infestação de piolhos?
A indicação é ir ao médico para confirmar que os sintomas são mesmo causados só pelos piolhos e não por algum outro problema que esteja ocorrendo em paralelo.
O tratamento é feito em casa, através da aplicação de antiparasitários de uso tópico, ou seja, loções e xampus aplicados na região afetada. Não há necessidade de raspar os cabelos, uma estratégia radical que busca resolver o problema de uma só vez.
Vale destacar que esse processo trata os piolhos adultos, já que para as lêndeas é necessário a remoção física, com ajuda de um pente fino.
As loções devem ser aplicadas e agir no cabelo por 10 a 15 minutos com a proteção de uma touca. As remoções de lêndeas devem ocorrer por 7 dias. Se após esse período ainda houver piolhos, deve-se voltar ao médico para verificar possíveis tratamentos complementares.