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Depressão em meninas seria fator de risco para contrair HIV

Estudo sugere que aspectos sociais ligados a essa doença psiquiátrica aumentariam a possibilidade de as adolescentes pegarem o vírus da aids

Por Maria Tereza Santos
Atualizado em 5 dez 2019, 18h19 - Publicado em 5 dez 2019, 18h18
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  • Uma nova pesquisa da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, indica que aspectos sociais vinculados à depressão estão por trás de um aumento no risco de infecção pelo HIV, o vírus da aids, em meninas adolescentes.

    Para chegar nessa conclusão, os cientistas esmiuçaram dados coletados entre 2011 e 2017 por outro estudo, esse de universidades americanas e sul-africanas. O levantamento original se focava em fatores que interfeririam na frequência escolar na província de Mpumalanga, localizada na região rural da África do Sul.

    Acontece que, do total de voluntários, 2 533 mulheres de 13 a 21 anos haviam passado anualmente por avaliações para diagnosticar depressão e por testes de HIV. Com base nessas informações, o novo trabalho constatou que pouco mais de 18% das voluntárias estavam deprimidas desde o começo. Entre elas, aproximadamente 11% se tornaram soropositivas com o tempo. Já no grupo sem a doença psiquiátrica, somente 6,5% foram infectadas (quase duas vezes menos, portanto).

    Para entender o que estaria por trás dos números, os estudiosos deram uma olhada no contexto social no qual essa garotada estava inserida. Eles notaram que as jovens com depressão eram mais suscetíveis a sofrer agressão como decorrência de o parceiro não aceitar usar camisinha. Em outras palavras, o sexo desprotegido seria a causa da enfermidade mental e do contágio pelo HIV.

    Além disso, o grupo das meninas deprimidas tinha uma maior probabilidade de não possuir um relacionamento próximo com os pais. E, sem um diálogo aberto em casa, fica mais complicado ter acesso ao conhecimento sobre a prevenção do vírus da aids.

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    Há ainda a hipótese mais genérica de que, como a depressão em si reduz a vontade de cuidar da própria saúde, a paciente se esforçaria menos para evitar a infecção (seja no ato sexual ou através do contato com sangue contaminado).

    “Agora conseguimos revelar que, pelo menos nessa população, […] a depressão leva ao HIV”, resume Jennifer Ahern, em comunicado à imprensa.

    O HIV também causa depressão?

    Apesar de o estudo com as meninas da África do Sul sugerir que a depressão (e o entorno dela) favorecem a infecção por HIV, não há outros levantamentos que apontem a mesma coisa em diferentes países. Mas há, na via oposta, evidências de que pessoas soropositivas correm maior risco de desenvolverem transtornos mentais.

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    Um estudo de 2018 realizado pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/aids (Unaids), por exemplo, aponta que 15% dos adultos e 25% dos adolescentes infectados nos 38 países analisados relataram sofrer com a tristeza profunda ou com uma sobrecarga mental enorme.

    Isso seria provocado tanto pelo HIV, que pode afetar o funcionamento do cérebro, como pelas questões psicossociais que envolvem o diagnóstico. Ora, não é fácil conviver com preconceito, medo da morte ou mesmo com a necessidade constante de tomar medicamentos.

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