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Contato com a natureza na infância traz vantagens para a vida toda

Sociedade Brasileira de Pediatria lança manual reforçando a importância do meio ambiente no desenvolvimento infantil

Por Chloé Pinheiro
Atualizado em 14 out 2019, 18h57 - Publicado em 2 jun 2019, 15h05
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  • Em uma era de crianças cada vez mais conectadas, entidades e estudos reforçam que é preciso passar um tempo em meio à natureza. A Sociedade Brasileira de Pediatra (SBP) acaba de lançar um manual sobre o assunto.

    Entre os benefícios elencados no documento estão: bem-estar mental, favorecimento do desenvolvimento neuropsicomotor, melhor controle de doenças crônicas e menor risco de encarar problemas de saúde na vida adulta.

    A falta de oportunidades de brincar ao ar livre, por outro lado, está relacionada ao aumento de encrencas ainda na infância e adolescência, como obesidade, hiperatividade, pouca habilidade física e até mesmo miopia.

    As telas parecem ter uma boa parcela de culpa aí — ora, ao trocar a praça pelo tablet, celular ou televisão, é natural que a criança se movimente menos. Fora que a urbanização, em especial sem planejamento, traz também a redução das áreas verdes e a falta de segurança. Assim, a tendência é passar mais tempo em ambientes fechados.

    Quanto tempo ao ar livre é preciso?

    O novo manual da SBP pede pelo menos uma hora diária de atividades em contato com a natureza, seja para brincar, aprender ou conviver. Esse tempo pode ser incluído na rotina da creche ou da escola.

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    Uma das recomendações da entidade é para o poder público: é preciso garantir que as crianças e os adolescentes tenham acesso a áreas naturais, seguras e bem conservadas a menos de dois quilômetros de casa.

    O exemplo dos pais também é decisivo para que a relação dos pequenos com o meio ambiente floresça. Cabe aos adultos compartilhar seu apreço pela diversão offline e também pela contemplação diante de uma paisagem, por exemplo.

    É com eles que os menores aprendem a buscar o equilíbrio e aproveitar o melhor da tecnologia e dos cenários naturais.

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    Estudo reforça benefícios

    Um levantamento feito com mais de 3 600 europeus mostrou que adultos que haviam passado menos tempo em meio à natureza durante a infância se saíram pior em testes psicológicos. Para avaliar a saúde mental deles, os pesquisadores perguntaram sobre níveis de nervosismo, sintomas depressivos, energia e fadiga.

    O trabalho, conduzido pelo Barcelona Institute of Global Health, descobriu ainda que o grupo que não tinha visto muito verde na infância dava menos importância a espaços naturais. Mais um sinal de que o amor pelo meio ambiente deve começar no berço — e passar de pais para filhos.

    Sedentarismo infantil

    Além de favorecer a saúde mental, ficar ao ar livre costuma estimular as crianças a se movimentarem mais. Isso é importante para que trabalhem coordenação motora, agilidade, equilíbrio e cooperação social. Sem falar que dá uma força e tanto para a prevenção da obesidade — quadro cada vez mais comum entre os pequenos.

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    Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) até divulgou um alerta sobre os perigos do sedentarismo nesse sentido. Nele, cita que cerca de 40 milhões de crianças em todo o mundo estão acima do peso.

    A OMS diz que, entre 1 e 4 anos de idade, é preciso se movimentar por pelo menos 180 minutos ao dia. Ou seja, três horas andando, engatinhando, balançando, pulando e fazendo tantos outros passatempos. Dos 3 ao 4, uma hora desse total de tempo deve ser dedicado a atividades intensas — isto é, aquelas que fazem suar a camisa e perder o fôlego. Nada que uma brincadeira de pega-pega não resolva.

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