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Apneia do sono em crianças: o que é e como identificar

Entre os principais sintomas estão roncos, alterações de humor, mau desempenho escolar e noites agitadas. Sem cuidados, sono é prejudicado

Por Fernanda Bassette, da Agência Einstein*
22 jun 2022, 17h08
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  • Se o seu filho ronca e tem o sono agitado, dificuldade de concentração, mau desempenho escolar, alterações de humor, atenção: ele pode estar com apneia obstrutiva do sono, um distúrbio muito mais prevalente em adultos, mas que ainda assim pode acometer crianças. Sem diagnóstico e tratamento adequado, ela é capaz de causar problemas de saúde, como pressão alta, doenças cardiovasculares e déficits no crescimento.

    Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), estima-se que cerca de 10% das crianças roncam. Dessas, de 1% a 3% têm apneia e um sono de baixa qualidade. Em adultos, esse número ultrapassa os 30%.

    Mas o que é a apneia obstrutiva do sono? “São pausas respiratórias recorrentes que ocorrem enquanto a pessoa dorme, bloqueando a passagem do ar para os pulmões. A pessoa para de respirar um pouquinho e volta. Para e volta”, explica Leonardo Goulart, neurologista especialista em medicina do sono do Hospital Israelita Albert Einstein.

    Goulart explica que a interrupção recorrente da respiração durante o sono traz diferentes consequências: a oscilação da oxigenação do sangue, por exemplo, coloca o cérebro em alerta. Nesse estado, o cérebro provoca micro despertares, que comprometem a qualidade do sono.

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    Com isso, há uma possível redução da produção do hormônio do crescimento – o que afetaria o crescimento adequado da criança. “Há muitos estudos sobre isso em adolescentes. Ao tratar a apneia, os níveis voltam ao normal”, afirma Goulart.

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    Outra consequência é que um sono fragmentado abala o dia seguinte. Alterações de comportamento, irritabilidade e déficit de aprendizado são comuns.

    No mais, a apneia do sono afeta o metabolismo. “Isso é menos estudado em crianças, mas pode haver disfunção de hormônios que regulam a fome e o armazenamento de gordura. Isso pode levar a obesidade e outras alterações”, alerta o médico.

    O diagnóstico

    A SBPT listou sinais para que os pais observarem nos filhos:

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    “Sempre que o sono da criança for agitado e com barulho, ela precisa ser avaliada por um profissional. Nenhum ronco é normal”, reitera a otorrinolaringologista Sandra Dória, especialista em medicina do sono e pesquisadora do Instituto do Sono. “Todo barulho, se for recorrente e ocorrer de três a quatro vezes por semana, deve servir de sinal de alerta”, completa.

    O diagnóstico da apneia é geralmente feito no consultório, mas em alguns casos específicos ele é corroborado pela polissonografia, um exame que avalia a qualidade do sono.

    +Leia também: 12 consequências da apneia do sono

    Como tratar a apneia do sono

    Em um primeiro momento, se a criança estiver com obesidade, perder peso ajuda a controlar o problema. Mudar a posição de dormir também (coloque o filho para dormir de lado, e não de costas para baixo).

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    Se essas ações não funcionarem, há a possibilidade de cirurgia de remoção das amígdalas e da adenoide ou o CPAP, um equipamento que empurra o ar para os pulmões por meio de uma máscara ajustada no nariz durante a noite, evitando que ocorram as pausas de respiração no sono.

    “Na criança, o desenvolvimento facial e o crescimento por si só podem ajudar a diminuir a apneia. Então, o uso do CPAP costuma ser por pouco tempo, ao contrário do adultos”, ressalta Goulart.

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    Gibi com foco especial para crianças

    Para ajudar os pais e as crianças a identificarem o problema, o Instituto do Sono, com apoio da AFIP (Associação Fundo de Assistência à Pesquisa), lançou uma edição no gibi Dona Ciência dedicado ao assunto. A revista fornece material de divulgação científica com linguagem simplificada de forma lúdica, com foco especial nas crianças.

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    “No Dona Ciência falamos de vários temas da atualidade: vacina de Covid-19, higiene bucal, amamentação. E também da importância do sono, que ocupa um terço das nossas vidas”, afirma Monica Levy Andersen, diretora de Ensino e Pesquisa do Instituto do Sono e idealizadora da coleção.

    *Este conteúdo é da Agência Einstein

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