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Respirar É Preciso

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Do nariz aos pulmões, dos pulmões ao nariz... Percorrendo o sistema respiratório, o pneumologista Elie Fiss, professor titular da Faculdade de Medicina do ABC, desmistifica tudo que pode tirar nosso fôlego.
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Parar de fumar é preciso! Ainda mais na pandemia

Na programação especial de VEJA SAÚDE contra o tabagismo, nosso colunista explica o elo entre o cigarro e a Covid-19 e por que nunca é tarde para largá-lo

Por Elie Fiss
31 Maio 2021, 15h59
foto de cinzeiro em formato de pulmões com cigarro normal e eletrônico
Cigarro está ligado a dezenas de doenças e amplifica risco de infecções respiratórias.  (Foto: Dulla/SAÚDE é Vital)
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Talvez você não saiba, mas o tabagismo é considerado uma doença. Tem inclusive um CID (Código Internacional de Doenças) próprio. O que praticamente todo mundo já ouviu é que fumar é um fator de risco para inúmeros problemas de saúde, como a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), desordens cardiovasculares, câncer de pulmão, infecções respiratórias e por aí vai. A lista é enorme.

Essa ligação do cigarro com um estado de saúde pior faz inclusive, neste momento da pandemia em que a vacina contra Covid-19 é oferecida a pessoas com comorbidades, muita gente se perguntar se fumar faz parte delas. De fato, percebemos que os casos fatais da infecção pelo coronavírus são mais comuns entre indivíduos que apresentam as enfermidades associadas ao tabagismo. Não à toa, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que “os fumantes podem ter mais chances de desenvolver as formas graves de Covid-19 se comparados aos não fumantes.”

Independente de outros fatores, estima-se que, sozinho, o tabagismo esteja por trás de cerca de 8 milhões de mortes por ano no mundo. Terrível, não? Mas quem fuma sabe do risco e mesmo assim continua fumando. Por quê? Em primeiro lugar, é bom que se diga: não é culpa deles!

Ora, o tabagismo é uma doença e precisa ser tratado como tal. Em outras palavras: os fumantes precisam buscar o médico e um tratamento. Ele existe e é acessível.

Ouvimos famílias dizendo que o sujeito “não cria coragem para largar o cigarro” ou “não toma vergonha na cara para parar de fumar”. Esse não é o caminho, a meu ver. Temos que entender o tabagismo como uma dependência química e psíquica que exige uma abordagem médica ou multiprofissional, com psicoterapia e medicamentos.

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Um dos entraves para abandonar o cigarro é o medo que o fumante tem de ficar longe dele. Isso tem a ver com os receptores de nicotina no cérebro: quando sentem que o nível da substância cai no sangue, eles despertam na pessoa a vontade de fumar. E, de unidade em unidade, lá se vão dez, quinze, vinte cigarros. Ou mais de um maço por dia.

O primeiro passo do tratamento é justamente perder o medo. A medicina tem estratégias para isso, que envolvem apoio psicológico individual ou em grupo, terapia ocupacional e prescrição de produtos de reposição de nicotina ou medicamentos.

Parar de fumar não só reduz o risco de um quadro severo de Covid-19 como ajuda a prevenir mais de 60 tipos de doença. Os benefícios, aliás, começam de imediato: 20 minutos sem cigarro já fazem a pressão arterial baixar, em 12 horas o monóxido de carbono no organismo tende a normalizar, em dois ou três meses diminuem sintomas como tosse e perda do fôlego.

Olha quantas vantagens! Sem contar a economia, bem-vinda nestes tempos em que cada centavo se tornou mais precioso. Vamos perder o medo de ficar sem cigarro. Vamos procurar o médico e vencer o tabagismo. Respirar é preciso!

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