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Mario Marcondes, veterinário e diretor do Hospital Veterinário Sena Madureira (SP), traz orientações preciosas para quem ama seus bichos de estimação
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Estudo traça relação mais precisa entre a idade dos cães e a dos humanos

Nova análise genética derruba comparações muito divulgadas entre a nossa idade e a dos cachorros. Nosso colunista desmistifica essa história

Por Mario Marcondes
10 out 2020, 19h55
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  • Popularmente sempre se falou que para saber a equivalência da idade dos cães com a dos seres humanos bastava multiplicar 1 ano de vida dos caninos para 7 do homem. Fazendo um paralelo com a nossa espécie, um animal de 5 anos teria, assim, ao redor de 35 anos humanos. No entanto, essa conta sempre foi questionada pelos médicos veterinários.

    Sabemos que o cão passa pela puberdade e envelhece mais rapidamente até o primeiro ano de vida, quando vira um adulto jovem. Após essa primeira fase, há uma desaceleração do envelhecimento, e os bichos se tornam idosos em geral a partir dos 6 anos (há variações de acordo com a raça).

    No entanto, não existia até o momento um estudo que estabelecesse com maior precisão qual seria a correlação entre as idades e o processo de envelhecimento entre os cães e os seres humanos. Foi pensando nisso que um grupo de pesquisadores da Universidade da Califórnia em São Diego, nos Estados Unidos, resolveu examinar o DNA de 104 animais da raça labrador de 0 a 16 anos a fim de averiguar o verdadeiro paralelo de idade entre as espécies.

    Os cientistas utilizaram um método de análise que quantifica a metilação do DNA, ou seja, investigaram incorporações de um grupo químico (metil) ao material genético dos bichos com o passar do tempo. Segundo eles, a relação entre a metilação do DNA e o tempo de vida de um organismo funciona como uma espécie de relógio epigenético para estimar o envelhecimento — o termo “epigenético” faz referência a influências do ambiente nos genes.

    A equipe comparou os resultados das amostras de cães com as dos humanos para saber se as mudanças ao longo do tempo se assemelhavam entre as espécies e descobriram que existe uma correlação, sim, porém mais precisa de acordo com a fase de desenvolvimento. Com isso, mapearam o envelhecimento de ambas as espécies por etapas da vida (infância, adolescência, maturidade e velhice).

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    Dessa forma, observou-se que a cronologia de envelhecimento canino segue mais ou menos o seguinte comportamento e paralelo com a nossa:

    É importante ressaltar que o estudo foi feito apenas com labradores. Assim, será preciso avaliar se o mesmo padrão no envelhecimento se estende a outras raças de cães. Sabemos que existe uma diferença no perfil de envelhecimento e sobrevida entre as diferentes raças. Cães menores possuem maior tempo de vida quando comparados aos de raça maior.

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    Mas o novo estudo, que conta com nomes de peso como a veterinária Danika Bannasch, da Universidade da Califórnia, e a geneticista Elaine Ostrander, chefe do Departamento de Genética de Câncer e Genômica Comparativa do National Human Genome Reserach Institute do governo americano, é de extrema importância nesse contexto. Os resultados do trabalho foram publicados na conceituada revista científica Cell Systems e prometem contribuir inclusive com a compreensão de algumas doenças e o desenvolvimento de novos tratamentos tanto para a medicina veterinária como na humana, uma vez que os experimentos com cães servem de base para estudos e medicamentos voltados aos seres humanos.

    No fim das contas, tanto nós como nossos melhores amigos devemos agradecer por essas pesquisas que conectam e beneficiam ambas as espécies.

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