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À frente da SAS Brasil, as empreendedoras sociais Adriana Mallet e Sabine Bolonhini ajudam a ampliar o acesso à saúde especializada por meio da tecnologia. Neste espaço, trazem cases, inspirações e reflexões para mudarmos o mundo
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Do Rally dos Sertões ao Fórum de Davos: nossa jornada pelo acesso à saúde

Em estreia como colunistas de VEJA SAÚDE, empreendedoras sociais contam como começaram sua trajetória para melhorar a assistência especializada no país

Por Adriana Mallet e Sabine Bolonhini
16 ago 2023, 09h46
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Dupla dinâmica: Sabine e Adriana encabeçam missão de transformar acesso à saúde especializada no país. (Foto: Duda Bairros/Divulgação)
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Da paixão por viajar de carro por estradas de terra à missão de transformar o acesso à saúde no Brasil.

Foi assim o início da nossa trajetória seguindo as rotas do Rally dos Sertões desde 2013, levando consultas e cirurgias para cidades carentes de assistência especializada.

O que começou com um grupo de oito amigos nos levaria, anos mais tarde, ao Fórum Econômico Mundial, na Suíça, onde fomos reconhecidas como empreendedoras sociais pela Fundação Schwab.

Neste texto, que inaugura nossa coluna em VEJA SAÚDE, queremos falar sobre nossa jornada em prol do acesso, um dos grandes desafios da saúde pública no país.

Tudo começou em um sábado chuvoso de 2013 quando saímos de uma sala de cinema na Paulista após assistir ao documentário Quem se Importa, dirigido por Mara Mourão. Choramos por quase uma hora com as histórias de empreendedores sociais e seus projetos.

Entendemos ali que é impossível escolher “desver” o que tínhamos visto. Ali descobrimos que, além de nos importar e de entender nossos privilégios, deveríamos montar um projeto que tivesse impacto para a sociedade, especialmente para a parte menos visível da população.

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Nove anos depois, em 2022, graças a todo o trabalho com a SAS Brasil, nossa startup, alcançamos um dos palcos de maior prestígio do mundo, Davos, cidade anfitriã do encontro anual do Fórum Econômico Mundial.

Naquele cenário, mostramos ao mundo que falar sobre acesso à saúde não é caridade, é estratégia.

O início da trajetória veio dessa inquietação de quem se importa e quer fazer algo diferente pelo mundo. Certa noite, depois daquela do cinema, nos sentamos e decidimos: a paixão de viajar de carro 4×4 poderia ser aliada àquela ideia de impactar pessoas.

Não demoraria para que o nosso caminho cruzasse o dos Sertões, o maior rally das Américas e o segundo maior do planeta.

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+ LEIA TAMBÉM: Pesquisa aponta desafios globais do acesso à saúde

A parceria com o Rally dos Sertões já dura dez anos. Com essa aliança, pudemos alcançar um Brasil que é tão maravilhoso e surpreendente quanto pouco tocado, conhecido e enxergado por médicos e demais profissionais de saúde em nosso país.

Em 2013, tínhamos pouquíssima estrutura. Viajamos com carros emprestados e tendas de campanha. Também tínhamos poucos recursos financeiros, e recorremos até às vaquinhas online.

O projeto nasceu pelas mãos de muitos doadores que acreditaram na ideia e emprestaram sua confiança para nos ajudar a ir mais longe. Além deles, havia quem topasse paralisar a vida e se jogar nas estradas para fazer a diferença.

Apesar da aparência de improviso, tínhamos uma percepção muito clara: era importante atuar junto ao SUS e não ser um “pronto-socorro de um dia”. Ou seja, tínhamos de levar ações resolutivas para as populações.

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Foi assim, por exemplo, que nasceu o projeto Ver Magia.

Muitas das crianças dessas cidades mais vulneráveis nunca tinham estado em uma consulta com um oftalmologista, apesar de terem problemas – alguns bem sérios – de visão, até então não detectados.

Não queríamos apenas receitar óculos: sabemos que é caro e difícil comprar o acessório que poderia mudar a vida daquelas crianças.

Os pequenos pacientes passavam por todo o processo de triagem – em parceria com as escolas locais –, atendimento, prescrição e confecção dos óculos na hora. A criança entrava sem enxergar direito e saía com óculos novos.

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A experiência só ficava completa no fim do dia: a magia do nome do projeto acontecia quando escurecia e uma parede branca virava cinema.

Além de assistir pela primeira vez a um filme em uma telona, as crianças faziam isso enxergando melhor. O que elas viam era magia.

Quando poderíamos imaginar que aquela primeira expedição, que nos levou às cidades goianas de Pirenópolis, Porangatu, Minaçu e Goianésia, além de Natividade (TO), iria nos levar aonde chegamos? Nem nos mais loucos delírios!

De lá para cá, tudo foi costurado com um único fio condutor: transformar o acesso à saúde especializada no Brasil.

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Não é uma tarefa fácil em um país onde mais de 65 milhões de pessoas vivem em regiões sem acesso a médicos especialistas. Naquele sábado chuvoso de 2013, descobrimos que nos importávamos. E nos importaremos ao longo da jornada que temos pela frente!

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