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Memória Viva

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O neurologista e pesquisador Wyllians Borelli, coordenador do Centro de Memória do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, compartilha os progressos e os desafios para preservar a saúde cerebral e se proteger de Alzheimer e outras doenças

Baixa escolaridade, o maior fator de risco evitável da demência no Brasil

Aprender algo novo em qualquer fase da vida fortalece o cérebro e ajuda a manter a mente ativa por mais tempo

Por Wyllians Borelli
Atualizado em 4 nov 2025, 15h02 - Publicado em 4 nov 2025, 14h55
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A baixa escolaridade é um dos fatores mais associados ao Alzheimer  (Freepik/Reprodução)
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Sua avó certamente viveu em uma época em que a educação era privilégio – ainda mais sendo mulher. Ir para a escola nem sempre era uma opção, mas uma oportunidade que algumas pessoas mais sortudas tinham.

Muitas crianças não iam para a escola – provavelmente sua avó tinha que ajudar a mãe dela em casa, ou cuidar dos outros irmãos, ou trabalhar para auxiliar a família. Os tempos eram outros.

Suponhamos que sua avó tenha conseguido estudar até a 4ª série e teve que interromper seus estudos porque a vida a chamou antes. Qual o impacto que isso teve para ela? Enorme. Te explico.

Baixa escolaridade é o maior fator de risco modificável para demência

A educação é o maior fator de risco modificável para demência no Brasil. Na Europa e nos Estados Unidos isso não acontece – eles tiveram a alfabetização nacional muito antes que nós.

A escolaridade, especialmente aquela durante a infância, tem um efeito neuroprotetor gigantesco por diversas razões. Chamamos isso de “reserva cognitiva” – basicamente uma poupança cerebral que vamos acumulando ao longo da vida, através de educação e de outras atividades cognitivas que demandam nosso esforço.

Algumas profissões, como advocacia ou cargos de liderança, aumentam a reserva porque exigem muito esforço cognitivo para as tarefas diárias. Ainda não sabemos exatamente o que essa reserva cognitiva gera ao nível neuronal, mas a hipótese é de que aumenta as conexões entre os neurônios.

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Isso cria várias vias no cérebro – como se criassem várias estradas para que os neurônios se comunicassem.

+Leia também: Alzheimer: descobertas da ciência para salvar as engrenagens do cérebro

Como a reserva cognitiva protege o cérebro

Quando uma estrada “quebra”, conseguimos chegar no destino porque há várias outras disponíveis. Em outras palavras, quando a patologia cerebral começa a acumular, gera neuroinflamação e danifica os neurônios, a reserva começa a ser consumida.

Além disso, sabemos que a educação contribui para vários outros benefícios – como saber escolher decisões mais saudáveis de alimentos, identificar melhor decisões ruins, cuidar melhor da saúde como um todo.

Ainda dá tempo

Ok, mas sua vó não teve isso, então fim da linha? Não. A educação, mesmo que realizada na terceira idade, também aumenta a reserva. Não tanto quanto na infância, mas também tem seu efeito benéfico.

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Fazer curso de idiomas, de informática, aprender a usar algum programa de computador, aprender a tocar um instrumento. Achou que seria fácil? Mas eu garanto que é mais fácil esse esforço do que buscar uma consulta porque se sente esquecido.

Minha dica? Não espere para investir em educação. Seja você um cidadão, um líder ou um governante.

 

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