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O Futuro do Diabetes

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Carlos Eduardo Barra Couri é endocrinologista, pesquisador da USP de Ribeirão Preto e criador do Endodebate e do Diacordis. Aqui ele mapeia os cuidados e os avanços para o controle do diabetes
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Vacina da gripe protege o coração de quem tem diabetes

Surgem novas evidências a favor da vacinação na proteção contra infarto e AVC. Mais uma razão para pessoas com diabetes não deixarem de tomar sua dose

Por Dr. Carlos Eduardo Barra Couri
12 ago 2020, 10h21
quem tem diabetes pode tomar vacina da gripe?
Pessoas com diabetes estão no grupo prioritário para vacinação contra a gripe.  (Foto: GI/Getty Images)
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Peço licença à avalanche de notícias sobre a Covid-19 para falar sobre outro vírus potencialmente perigoso. Assim como acontece com o coronavírus, pessoas com diabetes enfrentam maior risco de adquirir formas graves de gripe. Elas estão no chamado grupo de risco para ambas as infecções.

A grande diferença aqui é que temos vacina contra a gripe. Ainda bem! Estudos indicam que a vacinação é capaz de reduzir o número de casos graves dessa infecção viral, diminuir a mortalidade pelo patógeno e minimizar as complicações ligadas ao diabetes.

Por isso, pensando em quem tem diabetes, a imunização contra a gripe deve ser feita anualmente, de preferência no outono, e se aplica inclusive a crianças pequenas.

Já contávamos com pistas de pesquisas anteriores de que a inflamação causada pela gripe aumenta o risco de infarto e AVC. É que a inflamação desencadeada pela infecção desestabiliza as placas de gordura nos vasos sanguíneos, que ficam mais suscetíveis a se romper e promover entupimentos. Além disso, o quadro pode aumentar a coagulação do sangue em artérias mais estreitas.

Mas novas informações acabam de chegar da Dinamarca. Lá, o sistema de saúde oferece a vacina da gripe a todo mundo com diabetes. É uma dose por ano, como ocorre no Brasil. Só que apenas 35% dos dinamarqueses com diabetes tomam, de fato, a vacina. O ideal seria algo perto de 100%.

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De olho nisso, pesquisadores desse país nórdico fizeram uma análise epidemiológica de um período de nove anos cruzando os dados sobre a vacinação e a ocorrência de doenças cardiovasculares na população com diabetes. Eles compararam 119 mil pessoas com a condição que tomaram a vacina versus 122 mil que não a receberam.

Feitas as contas, durante o seguimento os vacinados apresentaram:
• 17% de redução de mortes por todas as causas
• 16% de redução de mortes cardiovasculares
• 15% de redução de morte por infarto ou derrame

Os achados confirmam o que um estudo britânico já havia apontado, mas, por se tratar de uma pesquisa de observação epidemiológica, não podemos afirmar com todas as letras que a redução do risco cardiovascular se deve exclusivamente à vacina.

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Investigações desenhadas especificamente para avaliar o efeito da vacinação na proteção cardiovascular estão em andamento em todo o mundo (inclusive no Brasil) e nos ajudarão a responder em definitivo essa questão. Se comprovado, será mais um motivo para não deixar de tomar a vacina da gripe ano a ano.

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