Carlos Eduardo Barra Couri é endocrinologista, pesquisador da USP de Ribeirão Preto e criador do Endodebate e do Diacordis. Aqui ele mapeia os cuidados e os avanços para o controle do diabetes
Ozempic e Mounjaro exigirão receita médica controlada; o que vai mudar?
Anúncio da Anvisa abrange canetas para o tratamento do diabetes e da obesidade e visa mitigar uso abusivo e sem orientação médica dos remédios
Por Carlos Eduardo Barra Couri
16 abr 2025, 18h31 •
Só com receita controlada: drogas como Ozempic seguirão mesmo rito rigoroso aplicado a antibióticos (./Veja Saúde)
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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou nesta quarta, 16, uma medida importante para o uso das famosas canetas que reduzem peso, medicamentos à base de semaglutida (como Ozempic), liraglutida (como Saxenda) e tirzepatida (Mounjaro).
A partir de agora, esses produtos passarão a ter controle especial de receita, similar ao de outros remédios de uso restrito, caso de antibióticos.
Mas o que isso significa na prática? Por que a Anvisa tomou essa decisão? E como isso afeta quem usa ou pretende usar esses medicamentos?
Esses medicamentos, originalmente desenvolvidos para tratar diabetes tipo 2, ganharam popularidade mundial por sua eficácia no emagrecimento. Eles agem no cérebro, aumentando a sensação de saciedade e reduzindo o apetite, o que leva a uma perda de peso significativa em muitos pacientes. Além disso, retardam o esvaziamento do estômago.
No entanto, seu uso só deve ser feito sob orientação médica, pois eles podem causar efeitos colaterais como qualquer remédio. Nos últimos meses, houve um aumento expressivo na procura por essas canetas, muitas vezes sem prescrição adequada.
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Algumas pessoas as compravam em farmácias ou até mesmo em sites ilegais, sem acompanhamento médico. Isso gerou preocupação por vários motivos:
1. Risco à saúde: uso indiscriminado pode levar a complicações graves, principalmente em quem não tem indicação real para o tratamento.
2. Desabastecimento: pacientes com diabetes e com obesidade com real indicação dos medicamentos enfrentaram dificuldades para encontrar o remédio devido à alta procura por quem buscava apenas emagrecer.
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3. Falta de monitoramento: sem receita controlada, não há como rastrear possíveis abusos ou efeitos adversos.
Agora, as “canetas emagrecedoras” entrarão na lista de medicamentos de notificação de prescrição. Isso significa que a receita médica deverá ser retida na farmácia e ficará vinculada ao paciente.
Com isso, assim se espera, haverá maior fiscalização sobre a venda e o uso desses medicamentos.
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Em um momento em que se fala tanto sobre emagrecimento e saúde nas redes sociais, é importante lembrar: medicamentos não são soluções mágicas. E, como toda medicação, devem ser usados com responsabilidade.
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