Uma classe de medicamentos injetáveis ganhou destaque no tratamento do diabetes tipo 2 nos últimos anos. Estamos falando de injeções subcutâneas que simulam a ação de um hormônio, o GLP-1.
Trata-se de uma molécula naturalmente produzida pelo intestino quando acontece a passagem dos alimentos. O GLP-1 tem várias ações e, entre elas, podemos destacar:
• Redução do apetite e aumento da sensação de saciedade;
• Regulação da liberação de insulina e glucagon (responsáveis pela modulação dos níveis de glicose) no pâncreas;
• Redução dos movimentos do estômago
Tudo isso, em conjunto, faz com que essa nova classe de remédios traga excelentes resultados no controle do diabetes e na diminuição do peso corporal (às custas especialmente de gordura), dos triglicérides, da gordura no fígado e da pressão arterial.
Em última análise, a somatória dos efeitos se traduz em benefícios cardíacos e renais – protegendo o sujeito das complicações mais tremidas do diabetes.
Esses medicamentos que simulam o GLP-1 inicialmente eram injetados por via subcutânea (ou seja, por baixo da pele) duas vezes ao dia. Depois, a dose passou para uma vez ao dia e, hoje, é utilizado uma vez por semana.
As aplicações são feitas por dispositivos bastante confortáveis, que envolvem muita tecnologia, com agulhas pequenas e que quase não geram incômodo. Para ter ideia, esses aparelhos são semelhantes aos usados para a aplicação de insulina em crianças pequenas e bebês.
A boa notícia é que, em abril de 2022, teremos mais uma opção para oferecer a pessoas com diabetes tipo 2 de todo o Brasil: a versão em comprimido.
O remédio deve ser ingerido diariamente, em jejum, com cerca de 120 ml de água, pelo menos meia hora antes do café da manhã. Muita tecnologia foi empregada para fazer com que o comprimido se ancore na parede do estômago e permita que ali ocorra, então, a absorção do agente ativo – a semaglutida.
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Mas qual a melhor opção?
Aí vai de cada um! Vivemos um momento dramático no tratamento de doenças crônicas, em que o engajamento – ou melhor, a falta dele – é um dos maiores inimigos do sucesso terapêutico.
Há um ditado antigo na medicina que diz que o melhor remédio é aquele que a pessoa realmente usa. Há quem ache mais simples o uso semanal injetável. Outros preferem evitar as picadas (mesmo que indolores) e tomar o comprimido diariamente em jejum.
O importante, no fim das contas, é termos opções e, em parceria com o indivíduo que tem diabetes tipo 2, determinar qual a melhor escolha de acordo com o seu perfil.