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O Futuro do Diabetes

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Carlos Eduardo Barra Couri é endocrinologista, pesquisador da USP de Ribeirão Preto e criador do Endodebate e do Diacordis. Aqui ele mapeia os cuidados e os avanços para o controle do diabetes

Cirurgia bariátrica: nove anos de vida a mais para pessoas com diabetes

O duelo entre cirurgia bariátrica e tratamento com remédios marca uma nova revisão de estudos. Nosso colunista comenta seus achados

Por Carlos Eduardo Barra Couri
Atualizado em 11 jun 2021, 10h18 - Publicado em 10 jun 2021, 10h14
foto de pés de quatro pessoas em volta de uma balança
Quando bem indicada, cirurgia bariátrica ajuda a controlar doenças e a ampliar a expectativa de vida. (Foto: GI/Getty Images)
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Uma publicação na prestigiada revista médica The Lancet acaba de trazer à tona uma discussão científica das mais fervorosas. Tratamento clínico (medicamentos + estilo de vida) versus cirurgia bariátrica em pessoas adultas com alto grau de obesidade: o que é mais vantajoso para a saúde?

Para tentar responder à questão, foi feita uma metanálise, uma espécie de compilado, de 17 grandes estudos envolvendo, no total, mais de 174 mil indivíduos. A vantagem de uma metanálise é poder agrupar várias pesquisas com desenhos semelhantes e avaliar, com base nelas, resultados com um número expressivo de pacientes, o que tende a trazer respostas mais robustas.

Na revisão em questão, parte dos pacientes estudados foi submetida à cirurgia bariátrica e outra parcela ao tratamento clínico convencional. No primeiro grupo foram reunidos indivíduos que passaram por diferentes tipos de cirurgia para perda de peso. No segundo sujeitos que tratavam com remédios a obesidade e enfermidades associadas, tais como diabetes e hipertensão.

Todos esses pacientes foram seguidos por pouco mais de cinco anos, em média. E, de uma maneira geral, o grupo submetido à cirurgia apresentou 51% menos mortes e obteve uma expectativa de vida seis anos superior à do grupo do tratamento clínico.

O ponto que mais chama a atenção, porém, é a análise dos pacientes que também tinham diabetes. Nesse segmento, o benefício da cirurgia foi ainda maior: 60% menos mortalidade e expectativa de vida nove anos mais alta naqueles operados.

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Isso quer dizer que todo adulto com obesidade e diabetes deve resolver seus problemas no bisturi? A resposta é um categórico NÃO. Essas pessoas devem ter a chance de perder peso e controlar a glicemia primeiro com mudanças de hábitos e uso de medicamentos. Inclusive porque um número significativo de pacientes tem êxito com o tratamento clínico.

Quando não se consegue domar as doenças dessa forma, aí, sim, devemos, em parceria com o paciente e sua família, considerar a cirurgia bariátrica. Num trabalho que, além do endocrinologista e do cirurgião, deve ser multidisciplinar, com nutricionista, enfermeiro, psicólogo, educador físico…

Como todo tratamento, ainda mais o cirúrgico, a bariátrica tem riscos, benefícios e contraindicações a se pesar. Cada caso precisa ser ponderado individualmente. Erra a equipe que indica a operação apressadamente, assim como erra aquela que demora demais para indicá-la.

Fatores como os efeitos apontados nessa última metanálise podem e devem ser colocados na balança. Mas, entre a cirurgia e o tratamento clínico, a diretriz básica e essencial é se guiar pelo bom senso e a individualização.

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