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A importância do brincar: um assunto muito sério

Para crianças internadas e em tratamento de doenças de alta complexidade, a brincadeira é ainda mais importante

Por Felipe Monti Lora
21 nov 2023, 09h25
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Brincar é, mais do que um direito, uma estratégia essencial para garantir o bom desenvolvimento infantil  (VEJA SAÚDE/SAÚDE é Vital)
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Em 1959, a Organização das Nações Unidas (ONU) promulgou na Declaração Universal dos Direitos da Criança que “toda criança terá direito a brincar e a divertir-se, cabendo à sociedade e às autoridades públicas garantirem a ela o exercício pleno desse direito”.

No Brasil, o artigo 16 do Estatuto da Criança e do Adolescente reforça que toda criança tem necessidade de brincar, praticar esportes e se divertir. Neste contexto, é importante discutir os inúmeros benefícios do ato de brincar, sobretudo para as crianças que estão enfermas.

A brincadeira é uma linguagem universal entre os pequenos, um meio autêntico de se apresentar.

Em ambientes hospitalares, por exemplo, as atividades lúdicas desempenham um papel fundamental na compreensão do estado emocional das crianças, possibilitando ao profissional de saúde prestar assistência mais abrangente, desde um simples exame médico até a recuperação de procedimentos cirúrgicos.

+ Leia também: “Nascemos brincando e não podemos perder essa habilidade”

Além disso, o brincar é fundamental para o desenvolvimento motor, emocional, mental e social das crianças. É a maneira pela qual elas se conectam com o mundo ao seu redor, expressando seus sentimentos, ansiedades e frustrações – aspectos essenciais para a restauração da saúde.

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Essas interações prazerosas não apenas entretêm, mas também estão intrinsecamente relacionadas com a aprendizagem.

São atividades que estimulam o desenvolvimento de habilidades e podem servir como estratégias pedagógicas, despertando uma variedade de percepções, inspirações e até talentos que muitas vezes permaneciam ocultos.

Com os estímulos apropriados, uma criança pode sair de um período de internação hospitalar fazendo coisas que antes eram impensáveis Afinal, o ato de brincar possibilita que as crianças explorem diversas situações e soluções de problemas.

Através da ludicidade, elas podem incorporar em seu mundo aquilo que observam no seu cotidiano, seja em casa com seus pais, na escola com seus professores ou no hospital com seus cuidadores. Esta linguagem, acessível a crianças de todas as idades, torna-se essencial para que a criança doente possa compartilhar seu momento clínico.

+ Leia tambémMemórias reais numa era digital: a essência da infância

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No Sabará Hospital Infantil, onde atendemos crianças com doenças de alta complexidade que necessitam, por vezes, de internação mais prolongada, a promoção dessas “sérias brincadeiras” desempenha um papel crucial na minimização do estresse, da dor e do medo que as crianças enfrentam durante esse período.

As atividades acontecem na brinquedoteca ou em interações nos quartos, com música, teatro, brinquedos e até a presença de animais, sempre supervisionados por especialistas em desenvolvimento infantil.

Existe um consenso entre os profissionais que cuidam da infância: o brincar deve ser uma constante na rotina de toda criança. Aproveitemos, portanto,para nos divertirmos com nossos filhos e fazer parte do mundo deles.

De modo a que, no futuro, eles guardem memórias valiosas dessa fase tão importante do desenvolvimento humano e possam contribuir de forma saudável para a construção de um mundo melhor.

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