Sua empresa já entendeu a importância de cuidar do bem-estar dos colaboradores como pilar para seu crescimento sustentável e está iniciando os primeiros movimentos em direção a um programa mais estruturado de saúde mental. Agora, é hora dos times de gestão buscarem referências para embasar melhor a proposta. Começam a buscar formações no mercado ou conteúdo acadêmico… e não encontram praticamente nada.
Quando a Vittude começou a atuar como parceira de grandes marcas em suas estratégias de saúde mental, entendemos que precisávamos fazer algo para suprir essa lacuna de mercado. Se olharmos sob o ponto de vista da educação, algumas iniciativas mais técnicas e específicas em cursos de extensão só começaram a surgir recentemente.
Eu poderia apostar com quase 100% de certeza que a grande maioria dos líderes não teve nenhuma formação prática ou acadêmica no tema. Isso é, de certa forma, esperado. O movimento é relativamente recente nas empresas – embora o cenário já esteja pra lá de crítico.
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Em 2023, mais de 288 mil pessoas receberam benefícios do INSS por afastamento devido a transtornos de saúde mental, um aumento de 38% em relação a 2022. O índice médio de presenteísmo nas empresas – que consiste em estar de corpo presente, mas praticamente sem produzir nada – chega a 30%.
Se olharmos apenas sob o aspecto financeiro, imagine o que um aumento de produtividade de 30% não poderia fazer nos resultados do negócio?
Líderes são peça fundamental da equação
Nesse caminho, as lideranças exercem um papel crucial. Como diz o ditado popular: a palavra convence, mas o exemplo arrasta. Líderes preparados para falar abertamente sobre saúde mental e reconhecer sinais de um transtorno psiquiátrico em suas equipes são os melhores agentes de transformação.
E esse é um efeito em cascata: o CEO dá o exemplo para a alta liderança e estes para seus liderados, assim sucessivamente até que todos os gestores estejam alinhados com a ideia.
Atualmente, existem duas principais formas de treinar as lideranças no tema da saúde mental. A primeira é por meio de programas personalizados, conduzidos por empresas especializadas em saúde mental corporativa. “Cuidando de quem cuida” é um de nossos workshops, que já capacitou milhares de líderes em empresas.
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A segunda é aprendendo com quem já saiu na frente e foi pioneiro no cuidado com a saúde mental de seus colaboradores. São empresas que começaram a traçar suas ações e já entenderam o que teve mais efetividade – e o que não funcionou tão bem.
Compartilhar esses aprendizados com mais pessoas foi o que nos motivou a criar nossos dois grandes eventos anuais. O Vittude Summit, que está em sua quinta edição, triplicou de tamanho e disseminou conteúdos de mais de 40 palestras, sobre variados temas.
Já o Vittude Awards é a primeira premiação de saúde mental do Brasil, idealizada para dar visibilidade às pessoas que estão fazendo a diferença na saúde mental corporativa. É um espaço para colher referências e aprender com empresas que avançaram na agenda.
O tema saúde mental é complexo e multifatorial: quanto mais pessoas se capacitarem no assunto, trocarem melhores práticas e somarem na busca de soluções, mais rápido poderemos avançar no tema.
E, principalmente, melhor será o desfecho de saúde para os colaboradores e maior eficiência operacional para as empresas. O treinamento das lideranças é o pilar essencial para garantir a sustentabilidade dessa estratégia.
*Tatiana Pimenta é fundadora e CEO da Vittude, uma empresa focada no desenvolvimento e gestão estratégica de programas de saúde mental para empresas. É engenheira civil de formação, com MBA Executivo pelo Insper e especialização em Empreendedorismo Social pelo Insead, escola francesa de negócios. Também é empreendedora, palestrante, TEDx Speaker e produtora de conteúdo sobre saúde mental e bem-estar.