Muito se engana quem pensa que o transplante capilar é algo direcionado apenas para homens ou mesmo a única alternativa efetiva contra a calvície. Na verdade, ele é um recurso mais invasivo que traz bons resultados quando bem indicado, mas, antes de optar por essa saída, precisamos realizar uma análise meticulosa caso a caso.
Isso começa empoderando o paciente com conhecimento a respeito, para que ele também possa fazer a melhor escolha para si e entender que tipo de procedimento pode ajudá-lo a tratar a queda de cabelo. Até porque existem algumas soluções antes de chegar ao transplante capilar.
Hoje contamos, por exemplo, com a estimulação dos folículos pilosos por laser, assim como a abertura de canais no couro cabeludo com uma tecnologia semelhante, a radiofrequência microagulhada e o uso de LED. A maioria desses tratamentos é pouco invasiva e totalmente indolor.
Tudo é feito em consultório por um médico especializado, que também dará orientações sobre suplementação e rotina de hair care para ser adotada em casa.
Entre as novidades na área, vale destacar a suplementação com minoxidil, ativo clássico para a recuperação do surgimento dos fios. Outra é a chegada de novos medicamentos anti-androgênicos, tanto masculinos como femininos, como a dutasterida, que pode ser usada por ambos os sexos, e a bicalutamida, indicada a mulheres. Entre outros ativos, contamos agora também com o silício estabilizado em colina, que estimula o crescimento do cabelo.
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Outro ponto importante é que o tratamento não se restringe ao ambiente do consultório. Para recuperar os fios, é essencial manter a rotina de hair care com limpeza, estímulo, renovação e esfoliação, além de seguir uma alimentação balanceada, tomar bastante água e evitar hábitos como dormir de cabelo molhado, deixar os fios sempre presos ou abusar de aparelhos térmicos.
A questão é que nem sempre esses métodos resolvem o problema: o que de fato irá solucionar a calvície é o transplante capilar. Trata-se de uma cirurgia minimamente invasiva que vai implantar folículos pilosos, ou seja, a estrutura de onde nascem os pelos, nas regiões com menos cabelos.
Esses folículos são retirados de outras partes do couro cabeludo do paciente com mais densidade capilar. Dessa forma, utilizamos um folículo de uma área sem tendência à calvície e colocamos em outra que está enfrentando a falta de cabelo.
Dentro do transplante capilar, temos duas técnicas para restabelecer o crescimento natural das madeixas, o FUT e o FUE. No primeiro, a extração de unidades foliculares ocorre por meio de uma incisão de vários centímetros, que depois será dividida em partes com cerca de três fios de cabelo a serem implantadas. No segundo, realizamos pequenas incisões para extração e depois implantamos esses trechos.
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Com o avanço da tecnologia, também já falamos no uso de exossomos dentro da tricologia. Exossomos são vesículas extracelulares produzidas por quase todas as células e que carregam com eles o material genético, como DNA e RNA.
Estudos recentes demonstraram que a extração desses exossomos da medula óssea do paciente pode ajudar a tratar a alopecia androgenética. Sua aplicação promove um aumento significativo de células do folículo piloso, permitindo recuperar o cabelo perdido.
Esse tratamento experimental pode revolucionar o combate à queda capilar, porque demonstra uma capacidade regenerativa que pode ser explorada para resgatar um número ainda maior de folículos comprometidos. É assim, com muita inovação, que as opções terapêuticas contra a calvície se ampliam e ganham ainda mais eficácia.
* Luciana Passoni é médica tricologista, especialista em transplante capilar e membro da International Society of Hair Restoration Surgery