A halitose, popularmente conhecida como mau hálito, é uma condição enfrentada por 1/3 da população mundial.
Só no Brasil, 50 milhões de pessoas são afetadas por esse problema, que apresenta sintomas como odor desagradável, boca seca, gosto ruim na boca e saburra (camada esbranquiçada ou amarelada na língua).
Ela pode ter origem em outros órgãos, como o estômago, mas vem principalmente da cavidade oral.
Os tratamentos são variados, desde a indicação para melhorar a higiene bucal, estimular a produção de saliva, consultas frequentes ao dentista, remoção de tártaro e da placa bacteriana e procedimentos para acabar com as doenças periodontais.
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Recentemente, uma meta-análise publicada no periódico BMJ Open avaliou se os probióticos poderiam minimizar os incômodos.
Os probióticos são micro-organismos vivos, como bactérias ou leveduras, encontrados naturalmente no trato gastrointestinal e/ou obtidos por meio de alimentos. Eles podem trazer benefícios à saúde quando consumidos com frequência e em quantidades adequadas.
O estudo, realizado com um bancos de dados indexados até fevereiro de 2021, comparou probióticos com placebos (substância sem efeito) e avaliou níveis de enxofre e propriedades organolépticas (os sentidos do ser humano, como odor), revestimento da língua e índice de placa bacteriana.
A análise foi feita em períodos diferentes, antes e depois de quatro semanas. Tanto para as propriedades organolépticas quanto para os níveis voláteis de enxofre, os probióticos minimizam a halitose a curto prazo.
Em longo prazo, eles se mostraram eficazes apenas para as propriedades organolépticas.
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De acordo com os resultados deste trabalho, parece que os probióticos (por exemplo, Lactobacillus salivarius, Lactobacillus reuteri, Streptococcus salivarius e Weissella cibaria) podem aliviar a halitose em curto prazo.
Mas, segundo os pesquisadores, os dados ainda são limitados e são necessários outros estudos para avaliar o impacto dos probióticos.
Para quem sofre com a halitose ideal é visitar o seu dentista a cada três meses ou de acordo com a orientação dele. Afinal, uma pessoa pode até usar o probiótico, mas se tiver tártaro, por exemplo, e não houver a remoção, o mau hálito vai continuar.
*Patrícia Almeida é cirurgiã-dentista, especialista em reabilitação oral e estética, idealizadora da Odontologia Almeida e integrante da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas (APCD)