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Pancreatite é grave e exige cuidados urgentes

Médico explica quais os principais sintomas da doença e fala sobre as opções de tratamento

Por *Gustavo Patury, cirurgião do aparelho digestivo
10 fev 2023, 10h43
pancreatite
A pancreatite é tão grave que, quando os sintomas se apresentam, é preciso correr para a sala de emergência (Ilustração: Erika Onodera/SAÚDE é Vital)
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A pancreatite é uma doença grave causada pela inflamação do pâncreas, um dos órgãos mais importantes do aparelho digestivo – afinal, ele tem papel fundamental no processo de digestão dos alimentos.

A pancreatite ocorre quando as enzimas produzidas pelo pâncreas se tornam ativas ainda no seu interior, causando, assim, a destruição e inflamação dos tecidos do próprio órgão.

A causa mais comum da chamada pancreatite aguda é o cálculo na vesícula biliar, que ocorre quando uma pedra sai da vesícula e obstrui o ducto do pâncreas. Outra causa muito comum é o abuso de bebidas alcoólicas.

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Apesar de esses serem os fatores mais importantes por trás da doença, há outras possíveis causas. Alguns exemplos são: traumas, uso de certos remédios (como anti-hipertensivos, diuréticos, antibióticos e anti-inflamatórios), infecções, hipercalcemia (quando os níveis de cálcio estão elevados no sangue), aumento das taxas de triglicérides, tumores pancreáticos e picada de escorpião e aranhas (devido ao contato com certas toxinas).

Os principais sintomas da pancreatite

O principal sintoma da pancreatite é a dor. Geralmente, esse incômodo é no epigástrio, ou seja, na boca do estômago, e é de forte intensidade, chegando a irradiar para as costas.

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A dor geralmente piora com a ingestão de alimentos e melhora quando o indivíduo se curva em posição fetal.

Além da dor, o paciente pode apresentar náuseas, vômitos, distensão abdominal, febre e, em casos mais graves, taquicardia e hipotensão. Em alguns casos, a pele e os olhos da pessoa se tornam amarelados. A urina pode ficar mais escura.

Na pancreatite crônica, a dor pode ser intermitente e estar associada à diarreia ou gordura nas fezes.

O que fazer diante dos sintomas

É de suma importância procurar um serviço de emergência ou um cirurgião do aparelho digestivo, já que a pancreatite é um quadro grave e que pode levar à morte.

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O diagnóstico da pancreatite é baseado na história clínica, como ingestão abusiva de álcool, histórico de pedras na vesícula ou uso de medicações.

Mas análises de sangue e imagem ajudam a confirmar o quadro. A tomografia de abdômen é um dos exames fundamentais nesse sentido, porque nos ajuda a ver o grau de inflamação do pâncreas e avaliar se já há sinais de uma pancreatite grave.

+ Leia também: As fezes revelam muito sobre sua saúde

Também é importante investigar os cálculos de vesícula biliar, que são a principal causa de pancreatite. Para isso, dá para contar com um ultrassom de abdômen. Em muitos casos, é preciso fazer uma ecoendoscopia, que é um ultrassom endoscópico que nos permite ver cálculos biliares de 1 a 3 milímetros.

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Como se trata a pancreatite?

O tratamento varia de acordo com a gravidade de cada caso.

A internação é sempre mandatória. O jejum é prescrito por alguns dias para que o pâncreas não seja estimulado.

Deve-se fazer a reposição de líquidos via venosa e oferecer analgésicos e antieméticos para o alívio das dores e dos vômitos.

Antibióticos não são necessários na pancreatite leve. Se a ultrassonografia mostrar cálculos na vesícula ou barro biliar, a colecistectomia (isto é, a retirada cirúrgica da vesícula) deve ser realizada na mesma internação.

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A pancreatite grave merece atenção especial, já que tem taxa de óbito de até 40%. Sendo assim, o paciente é mantido em unidade de tratamento intensivo (UTI).

Prevenção: sempre o melhor caminho

Devido à gravidade da pancreatite, é importante dar atenção especial à prevenção dos fatores de risco para a doença.

Sendo assim, procure um cirurgião para a retirada da vesícula se você tem colelitíase (cálculos ou barro biliar), evite o consumo de álcool, pare de fumar e tenha uma dieta balanceada para diminuir os níveis de triglicérides no sangue, evitando a formação de cálculos na vesícula.

Gustavo Patury é cirurgião do aparelho digestivo

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