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Os pilares do tratamento da osteoartrite

Também conhecida como artrose, condição é controlada com atividade física, manutenção do peso, remédios e procedimentos como infiltrações

Por Francisco da Rocha, reumatologista*
Atualizado em 26 out 2020, 16h39 - Publicado em 26 out 2020, 09h50
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  • A osteoartrite, mais conhecida pelos pacientes como artrose, é o mais prevalente dos problemas crônicos nas articulações. Acomete principalmente a população acima dos 50 anos e, segundo estimativas, atinge metade dos idosos com mais de 75 anos. Hoje, cerca de 40% das consultas nos consultórios dos reumatologistas são motivadas por essa doença, que afeta principalmente as juntas das mãos, dos joelhos, do quadril e da coluna.

    A enfermidade está associada ao envelhecimento e ao uso excessivo ou sobrecarga das articulações. O avançar da idade e as atividades do dia a dia levam a alterações na cartilagem, nos tendões, nos músculos e nos ligamentos e ossos, causando dor, inchaço e limitação de movimentos. Nos casos graves, a perda total da cartilagem reduz tanto o espaço articular que as dores e a restrição são intensas, o que impacta profundamente a qualidade de vida.

    O diagnóstico é clínico, simples e não é de alto custo – o exame de imagem, quando necessário, é principalmente o raio X. O principal objetivo do tratamento é o controle da dor e a manutenção da capacidade funcional do paciente. Por isso, a doença pode exigir um tratamento multidisciplinar, contemplando o controle do peso por meio de uma reeducação alimentar, exercícios físicos sob supervisão, fisioterapia, além da prescrição de medicamentos como analgésicos e anti-inflamatórios (sempre sob orientação médica por causa dos efeitos colaterais).

    Muito se fala também sobre as infiltrações nas juntas, procedimentos que amenizam a inflamação e o incômodo na região afetada. Por isso, a Sociedade Brasileira de Reumatologia acaba de emitir um posicionamento sobre esse tipo de tratamento, receitado principalmente para o controle das dores.

    Basicamente, temos dois tipos de infiltrações. Existem as infiltrações com corticoides, prescritas para mitigar surtos de dores agudas, com efeito que geralmente dura algumas semanas. E há a infiltração com ácido hialurônico, uma substância que amortece e lubrifica a articulação afetada pela osteoartrite e que pode apresentar um efeito de cerca de seis meses ou mais.

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    Ainda não está claro o mecanismo de ação do ácido hialurônico que, apesar do nome, é um tipo de açúcar viscoso produzido pelas células da cartilagem que lubrifica a junta. Ambas as infiltrações são administradas por médicos e podem ser aplicadas mais de uma vez ao ano na mesma junta, dependendo do quadro. À exceção de quando é feita na articulação do joelho, a infiltração com ácido hialurônico requer uso de equipamento de imagem para ser realizada com precisão.

    Embora todas as formas de tratamento sejam seguras, o ideal é sempre prevenir a osteoartrite. E isso começa bem antes da idade padrão do seu surgimento. A forma mais eficaz de prevenção é levar uma vida ativa, controlando o peso e praticando regularmente exercícios físicos aeróbicos e de resistência. Nem mesmo a pandemia pode servir de pretexto para o sedentarismo — existem vários exercícios que podem ser feitos dentro de casa com segurança. A falta de exercícios e o sobrepeso são capazes de nos expor, com os anos, à dor e aos danos nas articulações.

    * Francisco Airton Castro da Rocha é reumatologista, presidente da Comissão de Osteoartrite da Sociedade Brasileira de Reumatologia e professor associado da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará

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