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O papel do exame de PSA contra o câncer de próstata

Especialista reforça a importância do método para o diagnóstico e o tratamento desse tumor

Por Dr. Carlos Sacomani*
Atualizado em 9 jun 2017, 18h00 - Publicado em 17 Maio 2017, 14h40
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  • Por Dr. Carlos Sacomani*

    A United States Preventive Services Task Force (USPSTF), órgão americano responsável pelas orientações em prevenção e diagnóstico precoce de doenças, publicou há pouco uma revisão de sua decisão anterior sobre a solicitação do teste de PSA para o rastreamento do câncer de próstata. Em 2012, a entidade havia determinado que a dosagem da proteína no sangue não deveria ser realizada de rotina por não trazer benefícios ao paciente. Agora sugere que o médico discuta caso a caso os prós e contras de sua coleta, seguindo, assim, a postura das sociedades de urologia americana, europeia e brasileira e, também, de instituições que são referência em oncologia.

    Essa nova orientação, ainda aberta ao debate público, revela que a USPSTF passou a reconhecer os estudos que demonstraram redução da mortalidade nos indivíduos que coletaram PSA rotineiramente. Na prática, admitiu que estávamos certos. A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda a coleta do PSA para homens com mais de 50 anos e para aqueles com mais de 45, quando forem afrodescendentes ou tiverem parentes próximos com câncer de próstata.

    O PSA não faz o diagnóstico da doença. Ele estratifica o risco de maneira que, quanto maior o seu valor (principalmente a partir de 2,5 ng/ml), maior a probabilidade de um problema existir. É preciso compreender que fazer o exame não significa indicar biópsia para todos que apresentarem resultados alterados, tampouco recomendar tratamento para todos que tiverem o diagnóstico comprovado. Cada situação deve ser avaliada individualmente. Em fases iniciais e em tumores com perfil de baixa agressividade, o câncer de próstata pode ser apenas acompanhado.

    O tratamento também evoluiu. Hoje a radioterapia é melhor e mais eficaz. A cirurgia de retirada da próstata e das vesículas seminais pode ser feita da maneira tradicional aberta, por laparoscopia ou com o auxílio do robô. Há, ainda, técnicas como a destruição da glândula por meio de aumento da temperatura ou congelamento. Em relação à doença mais avançada (e disseminada), novas medicações estão disponíveis.

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    Condenar o PSA à irrelevância é dar um passo atrás. Frente a um exame alterado, o médico deve analisar possíveis causas, fatores de risco, idade e vantagens e desvantagens de seguir a investigação. É nossa função informar adequadamente o paciente e com ele tomar as decisões com consciência e responsabilidade.

    *Dr. Carlos Sacomani é urologista, doutor em ciências pela Universidade de São Paulo e diretor de Comunicação da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).

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