O estresse na era dos wearables
Como relógios e pulseiras inteligentes podem ajudar a monitorar e a controlar a tensão diária
Nos últimos anos, ficou cada vez mais comum ouvirmos falar sobre doenças relacionadas à saúde mental, desencadeadas por situações do dia a dia como trabalho, vida em grandes cidades, problemas pessoais, entre outras. Segundo relatórios recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% da população mundial sofre de sintomas de estresse e, com a pandemia da Covid-19, houve um aumento de 25% nos casos de ansiedade e depressão.
Tudo isso obrigou muitos países a incluírem o cuidado com o estado mental em seus planos de resposta à pandemia e como algo estratégico para a saúde pública.
Mas o que é o estresse e como ele afeta o nosso corpo? De acordo com a definição usada pelo Ministério da Saúde, o estresse é uma resposta natural a situações que nos colocam em estado de perigo ou ameaça, provocando alterações físicas e emocionais a fim de que possamos nos adaptar àquela situação. Até aí, tudo bem! O problema começa a dar as caras quando o estresse se torna crônico.
Uma exposição prolongada à tensão pode desencadear reações adversas como aumento da pressão arterial, tontura, gastrite, irritabilidade e insônia. Além disso, pesquisas ligam níveis elevados de estresse ao maior risco de doenças como depressão, ansiedade e burnout, este descrito pela OMS como um estado de exaustão devido às condições de trabalho.
Por tudo isso, fica claro que o estresse e os problemas associados a ele precisam ser monitorados e tratados com cuidado. E uma nova ferramenta para ajudar a administrar o estado mental são as tecnologias vestíveis.
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Com a popularização dos wearables, principalmente relógios e pulseiras inteligentes, as pessoas têm tido cada vez mais acesso a informações sobre seu corpo de forma rápida e não invasiva. Através do uso de sensores e do processamento dos dados gerados, esses dispositivos conseguem aferir informações como frequência cardíaca, pressão, gasto calórico e nível de estresse.
A maioria dos equipamentos hoje consegue aferir o estresse do usuário por meio da variabilidade da frequência cardíaca, que é o intervalo entre os batimentos do coração. Essa variabilidade é controlada pelo sistema nervoso autônomo e, quanto menor, mais estressado o indivíduo está.
Relógios e pulseiras inteligentes são capazes de monitorar os níveis de estresse em tempo real, bem como manter um histórico, permitindo ao usuário, ao lado de um médico, avaliar como foi o seu dia e identificar os períodos críticos. Alguns smartwatches disparam avisos quando o sujeito atinge índices preocupantes, recomendando atividades relaxantes como exercícios de respiração.
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Tais recursos também podem ser aplicados ao ambiente corporativo, possibilitando a identificação e a tomada de ações preventivas contra situações que podem gerar níveis altos de estresse entre os funcionários.
Assim, fica cada vez mais claro que a tecnologia e os dispositivos vestíveis estão se tornando aliados no equilíbrio da saúde física e mental. Por meio do monitoramento contínuo e dos seus alertas, eles permitem, de forma fácil, rápida e não invasiva, melhorar a qualidade de vida das pessoas.
* Matheus Santana da Silva é mestre em ciência da computação pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e pesquisador em Inteligência Artificial do HDL, laboratório do Sidia Instituto de Ciência e Tecnologia, em Manaus