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Musculação para crianças e adolescentes: benefícios e cuidados

Diferente do que se pensa, a prática não atrapalha o crescimento. Pelo contrário, pode ser uma aliada dele

Por Miguel Liberato, endocrinologista pediátrico*
27 abr 2025, 07h00
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Não há idade mínima para começar a fazer exercícios de força  (Freepik/Reprodução)
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Durante muitos anos, a prática de qualquer treinamento resistido na infância levantava temores de restrição de crescimento, mas essa visão já foi desmistificada por diversas pesquisas científicas.

Quando realizada de maneira adequada e com o devido acompanhamento, a musculação na infância e na adolescência pode trazer inúmeros benefícios para o desenvolvimento físico e motor dos jovens, promovendo não apenas o fortalecimento muscular, mas também a melhora da coordenação, do equilíbrio e da saúde óssea.

No entanto, é fundamental que essa prática seja conduzida com responsabilidade, respeitando as características individuais de cada criança e garantindo um acompanhamento profissional adequado para evitar sobrecargas e lesões.

Antes de iniciar qualquer programa de treinamento, é imprescindível que o jovem passe por uma avaliação médica criteriosa, idealmente conduzida por um pediatra. Essa avaliação deve ser contínua, não se restringindo apenas ao início da atividade, mas acompanhando o crescimento e as mudanças fisiológicas da criança ao longo do tempo.

Benefícios da musculação na infância e adolescência

O crescimento e o desenvolvimento durante a infância e a adolescência seguem um ritmo próprio, influenciado por fatores genéticos, hormonais e ambientais.

A musculação, quando bem orientada, pode atuar como um estímulo positivo nesse processo, favorecendo a formação de uma estrutura óssea mais resistente e contribuindo para a liberação de hormônios essenciais, como o hormônio do crescimento (GH) e a testosterona, ambos fundamentais para a construção de massa óssea e muscular.

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Diferentemente do que ocorre nos adultos, os ganhos de força na infância e na adolescência ocorrem mais por adaptações neuromusculares do que pelo aumento da massa muscular em si.

Isso significa que, embora a hipertrofia não seja um objetivo primário nesse público, a melhora da coordenação motora e da eficiência dos movimentos desempenha um papel importante na prevenção de lesões e no desenvolvimento de habilidades motoras mais refinadas.

Além disso, estudos demonstram que o treinamento resistido contribui para a melhoria da densidade óssea, reduzindo o risco de fraturas ao longo da vida e tornando os ossos mais preparados para lidar com impactos e cargas mecânicas.

+Leia também: Maioria dos adolescentes é sedentária e abusa das telas

Adaptações necessárias

Entretanto, é essencial reforçar que a musculação para crianças e adolescentes não deve ser realizada de forma descontrolada.

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Academias e espaços de treino devem contar com profissionais capacitados para lidar com esse público, garantindo que os exercícios sejam ajustados ao peso, à idade e ao estágio de desenvolvimento da criança.

A supervisão é fundamental para evitar erros posturais, sobrecargas inadequadas e impactos negativos no crescimento. Além disso, a musculação deve ser encarada como parte de um estilo de vida ativo e equilibrado, combinada com outras atividades físicas, como esportes e exercícios aeróbicos, que também são fundamentais para o desenvolvimento global da criança.

Musculação na adolescência atrapalha o crescimento?

A preocupação com a musculação impedir o crescimento tem sido um dos principais mitos associados a essa prática.

O que pode, de fato, comprometer o crescimento não é o exercício em si, mas sim a realização inadequada de treinamentos excessivos ou com cargas exageradas, sem a devida progressão e supervisão.

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Quando realizada de maneira correta, a musculação pode ser uma aliada valiosa para o desenvolvimento, promovendo não apenas benefícios físicos, mas também psicológicos, como o aumento da autoconfiança, da disciplina e do bem-estar emocional.

Portanto, a musculação para crianças e adolescentes deve ser vista como uma estratégia complementar para um crescimento saudável, desde que conduzida com responsabilidade e respeitando os princípios da individualidade biológica.

Com um planejamento adequado, a orientação de profissionais capacitados e o acompanhamento médico periódico, essa prática pode contribuir para um desenvolvimento mais equilibrado, preparando o corpo para a vida adulta e reduzindo o risco de diversas condições no futuro.

*Miguel Liberato é endocrinologista pediátrico, com título pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM)

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