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Leishmaniose: é preciso enfrentar o verdadeiro vilão

Apesar de não transmitirem leishmaniose, os cachorros ainda são vistos como inimigos nessa história. Saiba como proteger de verdade o pet e a família

Por Marco Ciampi, presidente da Arca Brasil*
Atualizado em 30 set 2019, 18h50 - Publicado em 31 jan 2019, 10h35
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  • Pense em uma doença infecciosa, transmitida por um inseto, capaz de atacar tanto pessoas como animais e que se espalha pelas cidades brasileiras. Essa é a leishmaniose, mal causado por um parasita e disseminado unicamente por meio da picada do mosquito-palha, vetor que vivia restrito a regiões rurais e silvestres do Norte, Nordeste e Centro-Oeste mas que, com a destruição ambiental acelerada, está se adaptando ao meio urbano e se propagando pelo país.

    O cão doméstico é um dos alvos da doença. Vale ressaltar, porém, que, assim como o homem, ele é apenas um hospedeiro do parasita. Logo, lambeduras, arranhões, mordidas e fezes não transmitem o problema. Apesar desse fato, a eliminação sistemática de animais infectados ainda é praticada em algumas áreas do país, sob alegação de se cumprir um decreto de mais de 50 anos. Como alertamos em nossa campanha, “o cão não é o vilão”.

    Além de desumana, a política de extermínio se mostra ineficaz, como atesta o quadro de expansão da leishmaniose. Já há um consenso entre a comunidade científica de que a doença só será controlada integrando medidas como combate ao mosquito, diagnóstico precoce, acesso ao tratamento completo e vigilância sanitária efetiva.

    A exemplo do que ocorre com outras enfermidades disseminadas por insetos, a maneira mais eficaz de conter a leishmaniose é eliminar criadouros do mosquito-palha, que se reproduz em matéria orgânica, e lançar mão, nas áreas endêmicas, da vacinação, além de inseticidas na forma de coleiras e sprays.

    Tutores que moram em cidades onde a presença do perigo não foi oficializada devem adotar os mesmos cuidados ao viajar para regiões de risco, como algumas zonas rurais e litorâneas.

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    Outro desafio envolve o diagnóstico. O cão infectado pode levar meses para apresentar sintomas, como lesões na pele, na ponta da orelha e perto dos olhos, perda de peso, crescimento anormal das unhas, anemia

    Só o veterinário, após os exames clínico e laboratorial, está apto a confirmar a leishmaniose e tomar as medidas para que ela não leve a vida do animal. Felizmente, em 2017, foi aprovado o primeiro remédio veterinário para tratar a doença.

    Assim, quem tem um pet em casa deve incorporar as atitudes preventivas; os veterinários precisam orientar os tutores; e, ao poder público, cabe investir em programas de conscientização, acabando de vez com uma política equivocada de captura e extermínio que há mais de cinco décadas impõe sofrimento aos animais e a suas famílias.

    *Marco Ciampi é presidente da Arca Brasil — Associação Humanitária de Proteção e Bem-Estar Animal, idealizadora de uma campanha nacional contra a leishmaniose.

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