Intimidade artificial
Uma reflexão sobre aqueles momentos em que estamos ao lado de outras pessoas, mas distraídos com tarefas, telas, redes sociais...
Viver nesse mundo de estímulos, conversas e telas luminosas é uma loucura, não é mesmo? Parece que a cada dia nos afastamos um pouco mais daquilo que realmente importa: a verdadeira conexão humana. E é aí que essa tal de “Intimidade Artificial” entra, meio que sorrateira, roubando a essência dos momentos que deveriam ser compartilhados de coração aberto.
Quando foi a última vez que você realmente se conectou com alguém, olhos nos olhos, sem a distração constante dos fatores externos? E se pudéssemos resgatar a magia das conexões reais?
Em um mundo onde a urgência e o tempo das coisas são ultrapassados e nos mantêm constantemente ocupados, é fácil esquecermos o valor de estarmos verdadeiramente presentes. Mas, como mãe, descobri que existe uma magia especial em criar laços reais, em viver o momento sem distrações, e essa magia se chama “amor presente”.
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Como mãe, entendo que a vida muitas vezes se move em um ritmo frenético. Entre compromissos, trabalho e as inevitáveis tarefas domésticas, é tentador cair na armadilha da multitarefa constante.
No entanto, ao refletir sobre a importância de estar presente na vida do meu filho, percebi que resgatar o amor das conexões reais é essencial para construir memórias duradouras e significativas.
E vai além de estar fisicamente presente. É sobre estar de verdade, com a mente, o coração e a atenção totalmente dedicados ao momento. Quando nos permitimos desligar de qualquer distração e nos entregamos completamente, criamos um espaço para essa conexão, de fato, acontecer.
Lembro-me de uma tarde chuvosa em que, em vez de ceder à tentação de mergulhar em qualquer entretenimento diverso ou nas preocupações de demandas que estavam por vir, decidi dedicar meu tempo a brincar com meu filho. Juntos, desenhamos, contamos histórias, nos olhamos nos olhos.
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Foi nesse momento que percebi a importância disso – as risadas, os sorrisos e a conexão que compartilhamos não teriam sido os mesmos se eu estivesse distraída por pensamentos e mensagens.
A sociedade muitas vezes nos faz acreditar que demonstrar amor envolve presentes materiais. No entanto, ser um amor presente não se trata de embrulhar algo bonito em papel colorido.
Trata-se de investir tempo de qualidade, construir laços emocionais que resistirão ao teste do tempo. São essas as memórias que permanecem em nossos corações, proporcionando conforto nos momentos difíceis e alegria nos momentos felizes.
Ao observar meu filho crescer, percebo que as lembranças mais preciosas não serão necessariamente ligadas a presentes caros, mas sim aos momentos em que estivemos ali um para o outro. São os abraços apertados, as histórias contadas na hora de dormir e as aventuras compartilhadas que fazem o coração dele se transbordar amor e segurança.
Além de impactar a vida do meu filho, descobri que ser um amor presente também tem um efeito profundo em mim. Encontrar tempo para estar totalmente entregue nas interações diárias não só fortaleceu os laços familiares, mas também trouxe uma sensação renovada de felicidade e realização à minha vida.
Resgatar a magia das conexões reais é um ato de resistência. É uma escolha consciente de desacelerar e de valorizar as relações. É um lembrete para todos nós.
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Da próxima vez que estiver com alguém que ama, seja presente, abra seu coração e permita-se vivenciar esse encanto. Faça essa imersão emocional. “É hora de despertar para o amor verdadeiro”.
“Seja Um Amor Presente” não é só movimento de Natal; é um convite para repensarmos sobre como estamos nos conectando, trazendo de volta a magia do verdadeiro amor em tempos de “Intimidade Artificial”.
*Bruna Buás é diretora de marketing do Grupo Boticário, mãe e admiradora da magia do Natal