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Healthtechs revolucionam atendimento com o uso da inteligência artificial

Com essa tecnologia, startups brasileiras otimizam processos que envolvem diagnóstico e tratamento – em casa ou numa UTI

Por Paulo Quirino, coordenador do programa de startups da Samsung*
16 abr 2021, 10h31
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Startups brasileiras desenvolvem soluções de inteligência artificial para aprimorar cuidados no hospital e tratamento da insônia.  (Ilustração: Felipe Mayerle/SAÚDE é Vital)
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A tecnologia já está inserida na saúde há muito tempo, como podemos constatar com equipamentos cada vez mais precisos e o uso crescente de telemedicina, impressões 3D e acessórios vestíveis desenvolvidos para o setor. Nos últimos meses, a área passou por uma acelerada digitalização e podemos ver a inteligência artificial sendo aplicada e aprimorada como ferramenta de suporte à decisão médica.

Com isso, o número de healthtechs, startups que desenvolvem inovações para otimizar ações relacionadas ao sistema de saúde e bem-estar, avançou no Brasil. Cada vez mais elas oferecem soluções capazes de aprimorar ou reinventar processos no atendimento, no diagnóstico e no tratamento de doenças.

As soluções promovidas por IA vêm de um agrupamento de tecnologias, envolvendo redes neurais artificiais, algoritmos, sistemas de aprendizado e outras ferramentas que simulam capacidades humanas, em um formato que dá melhores condições para avaliação de especialistas e fornece dados mais precisos.

Por isso, a relevância da IA no mercado de healhtechs é crescente, e recebeu um impulso diante das necessidades evidenciadas e ampliadas pela pandemia de Covid-19. É uma tecnologia cada vez mais presente em nosso cotidiano, com capacidade de transformar diversos setores.

Aplicada na saúde, uma área com demandas urgentes e frequentemente atualizadas, já se consolidou como uma ferramenta que acelera e aumenta a eficiência de processos tradicionais, com um potencial, inclusive, de reduzir os custos e a logística de diversas operações.

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Se um dos pontos fortes das startups é encontrar rapidamente formas de resolver necessidades do cotidiano, o desenvolvimento de soluções via IA é um dos caminhos para gerar melhores resultados para a saúde individual e pública. Já encontramos no mercado algoritmos capazes de coletar, armazenar e cruzar dados com rapidez, indicando padrões em doenças de forma mais eficiente, aumentando a precisão e acelerando o diagnóstico, interferindo diretamente na escolha do tratamento, buscando fatores de risco ou apontando com exatidão a gravidade de certas doenças.

É inegável como o trabalho de profissionais na saúde ganha agilidade e qualidade com esse suporte, propiciando também um atendimento cada vez mais personalizado. Há exemplos de empresas brasileiras que já obtiveram sucesso no desenvolvimento de dispositivos que não só revolucionaram o atendimento hospitalar como ampliaram e baratearam diagnósticos no país.

Uma dessas inovações, que ganhou ainda mais importância recentemente, é da Hoobox, de Campinas. Em 2019, ao participar do Samsung Creative Startups, programa nacional de aceleração de startups da Samsung, a empresa aprimorou sistemas de leitura facial para monitorar comportamentos humanos na área da saúde, com um reconhecedor de alta precisão e inteligência artificial que captura comportamentos humanos como níveis de dor, agitação, sedação e espasmos, utilizando apenas câmeras.

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Esses sistemas foram a base para a criação do SADIAX, um software que utiliza IA para reconhecer padrões, sem a necessidade de sensores, e já está em teste em hospitais: apenas com a câmera em quartos de UTI, monitora pacientes adultos, gerando alertas para as equipes de assistência para risco de queda e úlceras de pressão.

Outro exemplo vem da SleepUp, de São Caetano do Sul, e que está na edição atual do Samsung Creative Startups. Ela cria um tratamento remoto, virtual e personalizado para insônia, com maior acessibilidade, custo-benefício e sem uso de medicamentos.

Tecnologias vestíveis captam sinais vitais e os enviam para um aplicativo, colocando os dados à disposição para serem analisados, e o usuário, com base em tendências e previsões, recebe orientações sobre os melhores tratamentos de acordo com informações como frequência do sono e índices de estresse e sonolência. Esse suporte ainda apoia os médicos nas melhoras estratégias terapêuticas.

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Esses são cases que comprovam como a tecnologia de ponta aprimora, agiliza e torna mais precisos os diagnósticos, contribuindo para combater a progressão de problemas de saúde. A utilização da IA terá, sem dúvida, um dos impactos mais positivos e permanentes na nova medicina. Pode melhorar o atendimento de cada cidadão na mesma medida que reduz gastos e desperdícios no setor. Mostra-se, assim, uma das principais ferramentas para a saúde no século 21.

* Paulo Quirino é coordenador nacional do Programa Creative Startups na área de Pesquisa e Desenvolvimento da Samsung

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