Gerenciar a pressão alta é fundamental para a saúde dos rins
A hipertensão descontrolada pode sobrecarregar esses órgãos, o que pode provocar problemas sérios
Muita gente não sabe, mas a pressão alta é um problema que não afeta apenas o coração. Orgãos como os rins, responsáveis por filtrar o sangue, também sofrem – no Brasil, a hipertensão é a principal causa de insuficiência renal.
Uma das funções dos rins é regular a pressão arterial pelo aumento ou diminuição do volume sanguíneo. Quando a pressão cai, os rins secretam substâncias que a fazem voltar ao valor normal.
No longo prazo, a hipertensão descontrolada leva a uma sobrecarga no funcionamento desse órgão, que pode culminar com a disfunção renal crônica ou falência renal. Por isso é fundamental adotar meios de conter o aumento da pressão.
Os rins e o sistema circulatório dependem um do outro para uma boa saúde. Os rins têm néfrons pequenos, semelhantes a dedos. Cada néfron recebe seu suprimento sanguíneo através de minúsculos capilares semelhantes a cabelos (são os os menores vasos sanguíneos do corpo).
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Os néfrons nos rins são supridos com uma densa rede de vasos sanguíneos. O problema é que a pressão alta pode enfraquecer, estreitar ou endurecer as artérias ao redor dos rins.
Com as artérias danificadas, os néfrons não recebem o oxigênio e os nutrientes essenciais. Esse quadro também compromete o abastecimento adequado de sangue ao tecido renal e impede uma filtração adequada desse líquido.
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Em seguida, os rins perdem a capacidade de filtrar o sangue e regular os fluidos, hormônios, ácidos e sais no corpo. Como consequência, deixam de regular a pressão arterial.
Em resumo, danos nos rins e pressão alta descontrolada contribuem para uma espiral negativa. À medida que mais artérias ficam bloqueadas e param de funcionar, os rins eventualmente falham.
A insuficiência renal devido à hipertensão é um processo cumulativo que pode levar anos para se desenvolver. Mas você reduz seu risco gerenciando a pressão.
É importante ficar claro que esse é um compromisso para toda a vida. O paciente deve ter uma dieta equilibrada, com baixo teor de sal, limitar álcool, beber água, praticar atividade física regularmente, gerenciar o estresse, manter um peso saudável, parar de fumar, tomar seus medicamentos corretamente e trabalhar em conjunto com o médico.
*Caroline Reigada é nefrologista e especialista em medicina intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira