Fotoproteção: por que começar cedo e como resguardar bebês e crianças
Conheça a idade certa para começar a passar protetor solar e a importância do hábito

Apesar de pele bronzeada ser costumeiramente associada à beleza e saúde, há muito tempo se sabe dos efeitos nocivos que a exposição solar prolongada traz, tanto à beleza quanto à saúde das pessoas. No caso da primeira, os efeitos são dramáticos.
Pessoas com cinco ou seis décadas de vida que se expuseram regularmente ao sol ao longo do tempo, quando comparadas com aquelas que se protegeram do sol, apresentam aparências faciais completamente diferentes.
As rugas e as manchas na pele fazem com que a aparência entre os dois grupos sugira uma diferença de cerca de 10 anos. Esse é o resultado dos danos provocados à pele pela exposição solar, que conhecemos pelo nome de fotoenvelhecimento.
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Quanto à saúde, basta lembrar que o câncer de pele, diretamente relacionado à exposição solar, é o tipo de câncer mais comum em nosso país.
Esses conhecimentos têm levado os dermatologistas, de modo individual em seus consultórios e também através de suas sociedades científicas, a orientar seus pacientes em todas as consultas e a realizar campanhas na mídia, chamando a atenção para os danos provocados à pele por uma exposição prolongada sem a proteção adequada.
As orientações vão além do uso do filtro solar. Incluem o horário adequado (evitando sempre o período das 10h às 14h pela intensidade das radiações ultravioletas), o uso de chapéu, guarda-sol e viseira.
Por que é importante que crianças utilizem fotoprotetores?
Fotoprotetores são substâncias capazes de proteger a pele contra as radiações. No entanto, todo o empenho e cuidado que os dermatologistas têm demonstrado em alertar seus pacientes sobre como se proteger do sol não é percebido nas consultas realizadas pelos pediatras.
Uma explicação para condutas tão diferentes talvez esteja no fato de que tanto o fotoenvelhecimento quanto o aparecimento de tumores provocados pelo dano solar só se manifestarão muitos anos após a idade pediátrica.
No entanto, é fundamental que essa situação se modifique, e que o pediatra inclua em suas orientações, a cada consulta, a importância da fotoproteção para seus pequenos pacientes.
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Afinal, são as crianças, por suas atividades ao ar livre, que mais se expõem aos efeitos nocivos à pele causados pelos raios solares.
Sabido que mais da metade da radiação solar que uma pessoa recebe durante toda a sua vida ocorre nos primeiros 18 anos de idade, fica claro que o grupo prioritário a ser protegido do fotoenvelhecimento e do câncer de pele é o das crianças e adolescentes.
Portanto, a proteção deve começar o mais cedo possível, não sendo exagero dizer logo ao nascimento.
Como proteger bebês e crianças do sol?
Os bebês até os seis meses de vida podem e devem ser protegidos por meios físicos, como roupas adequadas e bonés. A partir dessa idade, pode-se iniciar a proteção química com o uso de protetor solar adequado, respeitando a delicadeza da pele, ou seja, sem perfumes, sem corantes e sem qualquer outro tipo de substância que possa causar alergia ou irritação à pele das crianças pequenas.
Por último, reforçamos que é fundamental a participação do pediatra, por meio da inclusão da fotoproteção nas orientações prestadas aos pais de seus pequenos pacientes, na luta contra o envelhecimento precoce e a prevenção do câncer de pele.
*Antônio Carlos Madeira de Arruda é médico do Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês