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Esofagite: as causas, os sintomas e as novidades no tratamento

Presença de refluxo costuma levar à condição, caracterizada por uma inflamação no esôfago

Por Thiago F. de Souza, endoscopista*
3 Maio 2023, 08h50
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A esofagite costuma ser uma consequência da doença do refluxo, quando há volta do suco gástrico do estômago para o esôfago.  (Ilustração: Augusto Zambonato/SAÚDE é Vital)
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Esofagite é uma das doenças mais frequentes do tubo digestivo, afetando milhões de pessoas.

Trata-se de uma inflamação do esôfago que ocorre principalmente em resposta à doença do refluxo – esta acomete, no Brasil, mais de 40% da população.

No refluxo, o conteúdo do estômago (ácido e alimentar) retorna para o esôfago, causando lesões em sua mucosa.

Há ainda outras formas de esofagites, como eosinofílica, medicamentosa e por infecções.

Os sintomas da esofagite

As principais queixas são azia, dor no peito, dificuldade para engolir, rouquidão, gosto amargo na boca e mau hálito.

Também podem ocorrer alterações dentárias, tosse crônica e falta de ar.

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A principal causa da esofagite é a doença do refluxo, que, por sua vez, está associada a fatores anatômicos (como a hérnia de hiato), sobrepeso e obesidade, exercícios físicos vigorosos, tabagismo e consumo de alguns alimentos e bebidas alcoólicas.

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O diagnóstico inicial é feito com base na história clínica e exame físico.

A endoscopia digestiva auxilia a identificar lesões esofágicas e complicações causadas pelo refluxo.

Inclusive, quando a principal hipótese for o refluxo, exames de pHmetria esofágica de alta resolução e manometria esofágica contribuem para fechar o quadro.

Como é o tratamento

Toda esofagite deve ser tratada – e há cura na maior parte dos casos.

Os principais objetivos do tratamento são: controle dos sinais e sintomas, cicatrização de lesões, prevenção de complicações e melhora da qualidade de vida.

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O uso de remédios do tipo inibidores da bomba de prótons (os mais conhecidos são omeprazol e o pantoprazol) em associação a medicações procinéticas (que melhoram o esvaziamento gástrico) é a estratégia mais utilizada.

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Em pacientes com sobrepeso ou obesidade, a perda de peso contribui para o controle da esofagite.

Algumas modificações alimentares são bem-vindas, entre elas evitar ou reduzir o consumo de chás, café, chocolate, molhos vermelhos, bebidas gasosas e alcoólicas, itens ricos em gorduras e condimentados.

Tratamentos endoscópicos ou cirúrgicos podem ser indicados em pacientes que não respondem a medicamentos e a medidas comportamentais – ou na presença de alterações anatômicas na função do esfíncter.

Muitos pacientes também não desejam utilizar medicações contínuas por longo prazo.

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Um novo jeito de tratar o refluxo

A fundoplicatura endoscópica é uma nova forma de tratamento do refluxo aprovada no Brasil.

Essa válvula antirefluxo é confeccionada por via endoscópica, e atua como uma barreira contra o retorno do conteúdo gástrico para o esôfago, e o melhor: sem cortes na pele.

O paciente tem alta cerca de oito horas após o procedimento, e a melhora clínica ocorre em mais de 95% dos casos.

Já a fundoplicatura cirúrgica para o tratamento da doença do refluxo pode ser realizada por via laparoscópica ou robótica, e envolve pequenos cortes na pele, na região do abdômen.

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Dá para evitar a esofagite?

Sim, e esse ponto é superimportante.

Um estilo de vida mais saudável está ligado à prevenção do surgimento da doença do refluxo, ou pelo menos a um melhor controle do quadro.

Manter uma dieta equilibrada, restringindo o consumo de certos alimentos que predispõe ao refluxo, são medidas essenciais.

Tabagismo e consumo excessivo de bebidas alcoólicas devem ser revistos.

O cigarro eletrônico também está associado ao refluxo e a uma maior dificuldade no tratamento da condição.

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O diagnóstico e os cuidados diante da esofagite devem ser orientados pelo médico e por uma equipe multidisciplinar.

*Thiago F. de Souza é cirurgião, especialista em endoscopia digestiva diagnóstica e terapêutica do Instituto EndoVitta e professor afiliado da Faculdade de Medicina do ABC

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