Enxaqueca frequente derruba o rendimento no trabalho
Pesquisa comprova que as dores de cabeça prejudicam até a tomada de decisão. Tratamento pode envolver de medicamentos a cirurgia
A cabeça latejando por horas é apenas um dos sintomas das crises de enxaqueca, um tipo de dor de cabeça que ainda é caracterizado por um desconforto intenso em um ou nos dois lados do crânio, náusea e sensibilidade à luz e ao som.
Uma crise de enxaqueca pode durar de quatro a 72 horas, com dores que chegam a transcorrer uma semana. Agora, pela primeira vez, um estudo mostrou especificamente as repercussões do problema na nossa capacidade de trabalho.
A pesquisa da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, envolveu 5 mil pessoas e concluiu que a enxaqueca frequente reduz os rendimentos e resultados em três situações:
- Memória
- Tomada de decisão rápida
- Trabalho físico mais árduo
Esses efeitos negativos foram notados tanto no grupo de pacientes que não usavam analgésicos quanto naqueles que tomavam esses remédios diariamente.
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Cabe pontuar que a doença é a principal causa de deficiência funcional na população com menos de 50 anos. As dores crônicas afetam a qualidade de vida e a produtividade e levam a mais licenças médicas.
O tratamento da enxaqueca pode envolver diversas classes de medicamentos, procedimentos como aplicação de toxina botulínica e cirurgias específicas. Sobre esse último recurso, diversos estudos dão respaldo à cirurgia: quando não cessa a dor em definitivo, ela ajuda a reduzir a intensidade do incômodo e o uso de remédios.
A cirurgia da enxaqueca, definida como descompressão dos nervos periféricos, consiste numa “desativação” nos locais de gatilho da dor. Trata-se de uma estratégia relativamente nova, mas respaldada pela ciência e indicada a pacientes com enxaquecas resistentes.
Um estudo da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, publicado no ano passado, corrobora que o procedimento, que deve ser feito por cirurgiões habilitados, melhora as crises e diminui a dependência de medicamentos analgésicos. Mais uma arma no arsenal contra a doença.
* Paolo Rubez é cirurgião plástico, mestre pela Unifesp e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica