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Empresas, juntem-se à causa da saúde mental no trabalho

Senado aprova projeto de lei que cria certificado para empresas que promovem a saúde mental. Uma especialista conta como fazer isso

Por Fátima Macedo, CEO da Mental Clean*
29 mar 2024, 08h49
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Abordar a saúde mental no trabalho pode melhorar a qualidade de vida da sociedade como um todo. (Foto: Veja Saúde/Reprodução)
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Recebi com grande alegria a notícia de que o Senado aprovou o projeto de lei (PL 4358/2023) que institui o Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental. Esse reconhecimento por parte do governo sobre a importância da saúde mental e as empresas que a promovem no ambiente de trabalho é fundamental para avançarmos. O texto estabelece que empresas que adotem critérios para promover a saúde mental e o bem-estar dos trabalhadores recebam a certificação – ele agora aguarda sanção presidencial.

Toda minha trajetória profissional foi dedicada ao cuidado das pessoas; sou psicóloga de formação. Ao longo dos anos, dei diversos passos nesse caminho, sendo o mais significativo a fundação, há mais de duas décadas, de uma empresa inteiramente voltada para a saúde mental no ambiente de trabalho e dos trabalhadores. 

Dentro dessas organizações, implementamos diversos programas que demonstram um compromisso genuíno com o bem-estar dos indivíduos, indo além das preocupações com lucro e produtividade. 

Este certificado, portanto, chega como um incentivo para as companhias olharem para seu papel na qualidade da saúde mental dos seus colaboradores. A vida agitada, a inundação de informações, as condições climáticas, os problemas financeiros, a polarização política, as disparidades sociais, as condições no ambiente de trabalho, a falta de tempo para o lazer, o uso excessivo de dispositivos móveis e a pressão social para ser cada vez mais produtivo são alguns dos fatores que contribuem para quadros de saúde mental. 

O número de afastamentos e aposentadorias por transtornos mentais em 2023 aumentou quase 40% em comparação com o ano anterior, de acordo com dados do INSS (Instituto Nacional de Segurança Social). Isso resulta em quase 290 mil benefícios por incapacidade relacionados à saúde mental. 

Esses indicadores seguem a tendência da alta prevalência de sofrimento psíquico enfrentado pela população em geral. É importante ressaltar que, conforme a OMS (Organização Mundial da Saúde), o Brasil é um dos países com maiores índices de transtornos de ansiedade e depressão.

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+Leia também: O que explica o aumento de casos de suicídio e autolesões no Brasil

Um ponto importante merece ser destacado nesta reflexão: promover a saúde mental no trabalho vai além de práticas superficiais. É necessário ampliar substancialmente o entendimento das causas desse adoecimento, numa visão ampla desse colaborador para além das “paredes das empresas”. 

O olhar para o indivíduo, o cuidado genuíno e a mobilização dos líderes são essenciais para que essa atenção seja de fato transformadora para o colaborador – e, claro, para a empresa. Funcionário saudável, feliz e bem cuidado produz mais. É um ciclo de ganha-ganha.

As estratégias para prevenção em saúde mental já são amplamente conhecidas. Boa qualidade do sono, alimentação saudável, aumento da atividade física, manutenção de laços afetivos significativos, gerenciamento do estresse e redução do uso de redes sociais são alguns dos pilares que devem ser enfatizados para melhorar a qualidade de vida. 

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O grande desafio reside em implementar essas mudanças de estilo de vida de forma eficaz e duradoura. No entanto, é preciso ir além, para uma vida pessoal e profissional com mais qualidade. 

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É necessário identificar junto aos colaboradores o que de fato dentro do ambiente de trabalho contribui para seu adoecimento. Importante lembrar que o estresse no serviço, quando mal gerenciado, pode levar a um quadro de burnout.

Oferecer segurança psicológica para que as pessoas consigam expressar suas ideias, admitir erros e pedir ajuda é outro ponto fundamental. Identificar casos graves para uma tomada de decisão precisa ser verificado, assim como a estruturação de um plano de ação e prioridades, que devem ser feitos de forma rápida para garantir uma correção ágil de rota.

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Outras estratégias fundamentais para mitigar os impactos das questões de saúde mental na vida dos trabalhadores são:

  • Quebrar tabus e preconceitos em relação ao tema
  • Investir na identificação precoce das dificuldades emocionais
  • Melhorar as condições de trabalho nas empresas 
  • Facilitar o acesso a profissionais de saúde (psicólogos e psiquiatras)
  • Favorecer tratamento para aqueles que estão em sofrimento psíquico são estratégias fundamentais 

O recente apoio do Senado, por meio da aprovação do projeto de lei que institui o Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental, destaca a importância e a urgência de abordar essa questão. Vejo o certificado como mais uma oportunidade para as empresas reafirmarem seu propósito na construção de uma cultura de cuidado com a saúde mental. 

Empresas que ainda não estão neste caminho precisam dar prioridade ao tema, por meio da  implementação de programas estruturados de saúde mental no trabalho, abordando intervenção, prevenção e redução de novos casos. É essencial que tais programas sejam genuínos, enraizados na cultura da empresa e sustentáveis. 

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Esse é um grande caminho para mudarmos a realidade atual do alto índice de adoecimento mental no país! 

*Fátima Macedo é CEO da Mental Clean. Especialista em psicologia da saúde ocupacional e terapia cognitivo-comportamental, faz parte do Conselho da Associação Brasileira de Qualidade de Vida. Também é Conselheira no Instituto Janeiro Branco, membro do Grupo Mulheres do Brasil e uma das fundadoras do SAMPO – Ambulatório de Saúde Mental do Trabalhador – Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo.

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