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Do sintoma ao exame: como diagnosticar mais rápido o câncer de mama

Médica esclarece sinais suspeitos da doença e conta como o avanço em exames como a mamografia vem melhorando o diagnóstico

Por Fernanda Philadelpho, médica radiologista*
24 out 2022, 09h37
ilustração tridimensional de corpo com as mamas em destaque
Novas tecnologias aprimoram detecção precoce do câncer de mama.  (Ilustração: Veja Saúde/SAÚDE é Vital)
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Como você deve saber, outubro é o “mês rosa”, período em que as instituições e a sociedade civil passam a olhar para o câncer de mama de maneira mais atenta, ainda que os cuidados preventivos devam ocorrer o ano todo.

Alerto as mulheres, então, sobre a importância de observar e apalpar as próprias mamas, especialmente diante do espelho. Sinais suspeitos podem indicar um câncer de mama. Na prática, isso significa sentir algum nódulo mamário persistindo por mais de um ciclo menstrual em mulheres acima de 30 anos ou no período pós-menopausa, retração de mamilo, feridas ou caroços no seio, além de alterações como aspecto áspero ou enrugado, lembrando o de uma casca de laranja, na região. Todos eles devem ser relatados ao médico.

O diagnóstico do câncer, após a suspeita ou mesmo sem ela, é feito por exames: a mamografia ou a ultrassonografia. A Sociedade Brasileira de Mastologia e o Colégio Brasileiro de Radiologia orientam a realização da mamografia de rastreamento para todas as mulheres, anualmente, a partir dos 40 anos de idade. Pacientes de alto risco, ou seja, com história familiar ou com mutação genética que elevam a propensão à doença, podem iniciar o rastreamento mais cedo, com 35 anos.

Quando as mamas da paciente são densas, isto é, com mais glândulas do que gordura (o que limita a análise via mamografia), podemos realizar um ultrassom complementar. O importante mesmo é buscar o diagnóstico precoce.

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Cada caso de câncer de mama é um caso e só os especialistas poderão dizer, após conversas e exames dentro e fora do consultório, as características do tumor, como tamanho, localização, presença ou não de gânglios afetados, perfil morfológico e histoquímico etc. Essas informações influenciam na determinação do melhor tratamento para cada paciente.

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A abordagem personalizada tende a gerar maior eficácia da terapia, o que significa melhor controle da doença. E a investigação do problema conta hoje com tecnologia de ponta e recursos humanos altamente especializados.

Os avanços no diagnóstico são significativos. A tomossíntese, ou mamografia tridimensional, analisa as mamas em cortes finos ou fatias, aumentando o poder de detecção do câncer. A ressonância magnética já é bastante utilizada, sobretudo na avaliação das mamas com tumor já conhecido.

A mamografia com contraste, exame mais recente, tem aplicações parecidas com a da ressonância. Permite visualizar de modo preciso lesões suspeitas que são vascularizadas, independente da densidade mamária, o que em mulheres mais jovens, com seios mais rígidos, é uma grande vantagem. Apresenta grande utilidade em pacientes claustrofóbicas, que não conseguem ficar no tubo da ressonância.

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Sejamos honestas: a mamografia é, sim, um exame incômodo. Pode causar dor nas mulheres, pois exige a compressão das mamas na máquina. Mas precisamos fazer o exame e podemos conversar com a técnica responsável pelo procedimento a fim de tirar dúvidas e minimizar desconfortos. Com acolhimento e profissionalismo, tudo sairá bem.

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Neste mês, em especial, é fundamental buscar fontes de informação confiáveis, baseadas nas recomendações de centros de pesquisa e instituições de saúde. Fuja das notícias falsas e correntes na internet. Sejamos atentas e lembremos que a prevenção começa no autoexame das mamas e nas consultas médicas, passando pelas ferramentas de rastreamento como a mamografia e o ultrassom.

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Pense nisso e reflita desde já: qual foi a última vez que você fez sua mamografia ou ultrassom de mama?

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* Fernanda Philadelpho é coordenadora e médica radiologista especialista em mama do CDPI e do Alta Excelência Diagnóstica, pertencentes à Dasa

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