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Dignidade Menstrual: um direito de todas as pessoas que menstruam

A chamada pobreza menstrual, além de ferir o bem-estar emocional, pode favorecer infecções como candidíase e cistite. Como enfrentar esse problema?

Por Leila Carvalho, ginecologista*
13 jun 2022, 12h26
absorvente
Muitas mulheres não têm acesso a absorventes no Brasil. (Foto: Nisara Tangtrakul/Getty Images)
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A primeira menstruação ocorre por volta dos 12 anos. Após esse episódio, chamado de menarca, serão em torno de 38 a 40 anos de ciclos mensais, com aproximadamente cinco dias de fluxo até o dia da última menstruação, a menopausa. O ciclo menstrual é parte do processo de desenvolvimento reprodutivo e inerente ao corpo – por isso, é importante explicá-lo e desmistificá-lo para além da urgente necessidade de educação em saúde. Da mesma forma, o acesso a itens básicos de higiene e a condições adequadas de saneamento se fazem essenciais para o desenvolvimento individual e do bem-estar de todas as pessoas que menstruam, garantindo a dignidade menstrual.

Apesar de não existir na literatura médica, o termo “dignidade menstrual” foi criado para maior compreensão de um assunto de extrema relevância no país e no mundo, que se caracteriza pelo acesso a produtos e condições de higiene adequados. A ausência desses fatores dá lugar à pobreza menstrual, responsável por consequências a curto e longo prazo.

+Leia também: Cor e fluxo diferentes na menstruação podem indicar doenças?

No Brasil, uma pesquisa de 2021 realizada por SEMPRE LIVRE® em parceria com os Institutos Kyra e Mosaiclab obteve respostas de 814 mulheres entre 14 e 45 anos que menstruam regularmente sobre o assunto. Ela revelou que 16% das entrevistadas já deixaram de ir com frequência à escola quando estavam menstruadas por causa das condições de higiene do banheiro, enquanto 12% faltaram em algum momento por não estarem com absorvente adequado.

A pesquisa ainda apontou que os itens improvisados muitas vezes são inadequados para atender às necessidades do período menstrual. Me refiro a sacos plásticos, roupas velhas, panos e papel higiênico. E o reflexo disso pode afetar diretamente a saúde física.

De acordo com o levantamento de SEMPRE LIVRE®, muitas das entrevistadas relataram problemas genitais nos últimos 12 meses:

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  • 28% infecção urinária ou cistite
  • 24% candidíase
  • 11% infecção vaginal por fungo
  • 7% infecção vaginal por bactéria.

Além, claro, das consequências emocionais, que são tão graves quanto.

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O acesso à higiene menstrual é um tema de saúde pública e, fundamentalmente, de direitos humanos, conforme apontado pela Organização das Nações Unidas (ONU). A população mais exposta a essa realidade são pessoas em situação de rua e com maior vulnerabilidade social e econômica. Porém, tabus e estigmas são grandes agravantes em todos os cenários, já que inibem a discussão sobre um processo fisiológico e natural.

Considerando os dados da pesquisa de SEMPRE LIVRE® e a população que menstrua em situação precária, estima-se que 11,3 milhões de brasileiras são afetadas diretamente pela pobreza menstrual. O que nos faz pensar que, para combater esse cenário, é preciso uma mudança cultural. A ausência do tema nos debates públicos dá a entender que o assunto é pessoal e individual, quando, na realidade, trata-se de algo que precisa ser normalizado em todas as esferas.

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Nesse sentido, diversas ações coordenadas de educação, informação, esclarecimento e acesso também são essenciais. A partir disso, seremos capazes de melhorar o desenvolvimento socioemocional de pessoas que menstruam, promovendo mais equidade, saúde e dignidade menstrual.

* Leila Carvalho, ginecologista e diretora de Medical Affairs da Johnson e Johnson Consumer Health.

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