Relâmpago: Assine Digital Completo por 3,99
Imagem Blog

Com a Palavra

Por Blog Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Neste espaço exclusivo, especialistas, professores e ativistas dão sua visão sobre questões cruciais no universo da saúde

Coqueluche: uma ameaça contínua à saúde pública

A coqueluche, causada pela bactéria Bordetella pertussis, apresenta riscos especialmente para crianças. Com o aumento de casos, a vacinação é fundamental

Por Paulo Telles, pediatra*
10 Maio 2024, 16h10
vacina-coqueluche-abre
A coqueluche afeta os pulmões principalmente de bebês. (Ilustração: Estúdio Coral e Rodrigo Damati/Veja Saúde)
Continua após publicidade

A coqueluche, também conhecida como tosse comprida, é uma doença infecciosa aguda do trato respiratório causada pela bactéria Bordetella pertussis. Ela é altamente contagiosa e pode ser grave, especialmente em bebês abaixo de 6 meses e crianças pequenas.

Infelizmente, ela segue sendo endêmica em todos os países. Globalmente, estima-se que houve 24,1 milhões de casos de coqueluche e mais de 160 mil mortes em crianças com 5 anos, com epidemias periódicas ocorrendo a cada dois e cinco anos.

Neste momento, estamos vivendo no nosso país um desses períodos de maior preocupação. Nos primeiros quatro meses de 2024, a cidade de São Paulo já registrou o dobro de casos de coqueluche em comparação com 2023.

+ Leia também: Por que as gestantes devem se vacinar contra a coqueluche?

Nos últimos anos, a cobertura vacinal da DTP, que protege contra difteria, tétano e coqueluche, caiu de forma preocupante. Em 2012, o país vacinou 93,81% do público-alvo. Já em 2022, o índice geral ficou em 77,25% – o ideal é uma taxa acima de 95%.

A vacina tem uma alta taxa de proteção e deve ser dada em três doses em bebês: aos 2, 4 e 6 meses. E com reforço aos 15 meses e aos 4 anos, de acordo com o calendário do Ministério da Saúde.

A principal forma de transmissão da coqueluche é por meio de gotículas de saliva expelidas durante a tosse ou espirro de uma pessoa infectada, exatamente como na gripe ou na Covid- 19.

Continua após a publicidade

Os sintomas iniciais da coqueluche são semelhantes aos de um resfriado comum, como coriza, tosse leve e febre baixa, o que pode atrasar o diagnóstico. Mas, na coqueluche, o quadro evolui com a tosse característica da doença, com crises intensas e prolongadas, levando a perda de fôlego e lábios e rosto arroxeados pela falta de oxigenação.

+ Leia também: Brasil amplia coberturas vacinais do calendário infantil, mas há desafios

Esses ataques de tosse podem levar a complicações graves, como pneumonia, convulsões e até morte, principalmente em bebês menores de 6 meses e não vacinados.

O maior problema é que crianças mais velhas, adolescentes e adultos também são infectados. Eles são os maiores transmissores, especialmente se não estiverem com a imunização em dia, o que infelizmente tem sido cada vez mais comum após a pandemia e o fortalecimento de um movimento antivacina ou de desconfiança em relação a imunização, algo que não tínhamos no país.

Um fato importante é que nem a infecção nem a vacinação levam a uma imunidade permanente. Por isso é tão importante que adultos e jovens também tomem reforços da vacina a cada dez anos.

Continua após a publicidade

O tratamento da coqueluche geralmente envolve o uso de antibióticos para reduzir a gravidade dos sintomas e diminuir a transmissão da doença.

+ Leia também: Proteja o futuro: o poder transformador das vacinas

No entanto, a prevenção por meio da vacinação é a melhor forma de proteção contra a coqueluche.

No Brasil, tem sido observado um aumento nos casos de coqueluche nos últimos anos, o que tem gerado preocupação entre as autoridades de saúde.

Segundo dados do Ministério da Saúde, a cobertura vacinal contra a coqueluche ainda não atingiu a meta estabelecida, o que contribui para a disseminação da doença. Além disso, a falta de conscientização da população sobre a importância da vacinação e a resistência a vacinas têm sido fatores que favorecem o aumento dos casos.

Continua após a publicidade

A situação da coqueluche no mundo também é preocupante, com relatos de surtos da doença em diversos países. De acordo com a OMS, a coqueluche continua sendo uma ameaça à saúde pública global, especialmente em regiões com baixa cobertura vacinal e sistemas de saúde fragilizados. A organização destaca a importância da vacinação como estratégia fundamental para controlar a disseminação da coqueluche e prevenir complicações graves.

*Paulo Telles é pediatra e neonatologista pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês
DIA DAS MÃES

Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
A partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.