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Como as mudanças climáticas impactam a saúde dos idosos?

Eles estão mais em perigo com o calor extremo. Por outro lado, envelhecimento pode ser recurso valioso para enfrentar o desafio mais urgente do nosso tempo

Por Antônio Leitão, psicólogo e gestor*
23 abr 2025, 16h06
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Idosos estão entre os grupos mais vulneráveis aos efeitos do aquecimento global (simarik/Getty Images)
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A população mundial está vivendo cada vez mais.

Para se ter uma ideia, em 1950, menos de cinco países tinham expectativa de vida igual ou superior a 70 anos, e vários países na África, América do Sul e Ásia tinham expectativa de vida inferior a 45 anos. Em 2015, dezenas de países tinham expectativa de vida igual ou superior a 70 anos, e nenhum país tinha expectativa de vida inferior a 45 anos.

Ao mesmo tempo em que vemos esta crescente da expectativa de vida, vemos a intensidade das mudanças climáticas aumentar, tornando cada vez mais comum a exposição a condições extremas, como altas temperaturas prolongadas.

Um estudo do Eurocentro Mediterrâneo sobre Mudanças Climáticas (CMCC) prevê que 23% da população mundial acima de 69 anos estará exposta ao calor extremo em 2050, um aumento de 9% em comparação com 2020.

+Leia também: Calor extremo: como sobreviver à época mais quente da história?

Por que os idosos sofrem mais?

É fato que as mudanças climáticas são um problema global que afeta toda a população, mas seus impactos são especialmente graves para os idosos, que, por motivos fisiológicos, sociais e contextuais, estão mais suscetíveis a este tipo de estímulo.

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O envelhecimento do organismo, a maior prevalência de doenças crônicas não transmissíveis nesta população, como as doenças cardiovasculares, assim de mobilidade reduzida e isolamento social são exemplos do que torna este público mais vulnerável.

O cenário piora pela convergência com outros fatores ambientais, como a poluição do ar. A exposição contínua à poluição pode aumentar o risco de doenças cardíacas, especialmente em indivíduos com diabetes ou obesidade, além de agravar condições respiratórias como asma e doenças pulmonares.

No Brasil, estima-se que 20 milhões de pessoas tenham asma, e entre 5% e 10% delas convivem com a forma grave da doença. Os idosos com asma grave estão entre os mais vulneráveis, liderando as estatísticas de mortes diárias devido à asma não controlada.

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Envelhecendo na era do aquecimento global

Diante do que foi exposto, a adaptação dos sistemas de saúde para lidar com os desafios impostos pelo envelhecimento da população deve levar em consideração também os potenciais agravos resultantes das mudanças climáticas.

Isto requer a integração dos sistema de saúde aos de cuidados e assistência social, que vão atuar justamente para evitar a sobrecarga dos sistemas de saúde quando ocorrerem condições climáticas extremas.

Um bom exemplo é a prevenção à desidratação entre idosos, que resulta da baixa ingestão de líquidos, típica entre os mais velhos, e do calor excessivo. A visita de um assistente social pode ser a chave para evitar uma internação ou mesmo uma morte desnecessariamente precoce.

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Embora os longevos sejam muito afetados pelas mudanças climáticas, é importante lembrar que este grupo não é homogêneo. As características individuais e o contexto social de cada idoso influenciam diretamente sua vulnerabilidade.

Por isso, é fundamental que as estratégias de adaptação climática levem em consideração as desigualdades existentes, com atenção especial a populações marginalizadas, garantindo que os mais vulneráveis tenham acesso a recursos adequados para enfrentar as adversidades climáticas.

Além disso, deve-se envolver ativamente os idosos nas discussões sobre mudanças climáticas e como criar ambientes favoráveis a todas as idades. Isto pode não apenas mitigar os efeitos adversos do cenário ambiental no envelhecimento saudável, mas também transformar o envelhecimento em um recurso valioso para enfrentar o desafio mais urgente do nosso tempo.

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*Antônio Leitão é gerente do Instituto de Longevidade MAG

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