Clique e Assine VEJA SAÚDE por R$ 9,90/mês
Imagem Blog

Com a Palavra

Por Blog Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Neste espaço exclusivo, especialistas, professores e ativistas dão sua visão sobre questões cruciais no universo da saúde
Continua após publicidade

Como acender a luz na escuridão?

Psicóloga que atuou como voluntária na tragédia de Petrópolis, em 2022, ressalta a importância da atenção à saúde mental das crianças em grandes tragédias

Por Carla Maia, psicóloga*
4 jun 2024, 15h20
criancas-enchentes-tragedias-traumas
Crianças são vítimas negligenciadas de tragédias como as enchentes do Rio Grande do Sul  (freepik/Reprodução)
Continua após publicidade

Existe luz no fim do túnel? Infelizmente, essa não é uma metáfora, mas uma referência à recente tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul. Tudo começou naquela noite em que as luzes se apagaram. O desespero e o drama foram vividos como um grande pesadelo acordado. Uma tragédia afeta a todos, mas um grupo em especial merece atenção: as crianças.

Esse tipo de drama deixa marcas profundas, especialmente naqueles que ainda estão em processo de desenvolvimento emocional e psicológico. E, neste contexto, o brincar desponta não apenas uma forma de lazer, mas uma ferramenta essencial para que as crianças processem e superem traumas.

“É no brincar, e somente no brincar, que o indivíduo, criança ou adulto, pode ser criativo e utilizar sua personalidade integral. E é somente sendo criativo que o indivíduo descobre o eu”, observou em sua carreira o pediatra e psicanalista Donald Winnicott.

Diferente dos adultos que falam e têm um alívio com uma boa escuta, as crianças precisam do brincar para elaborarem suas experiências.

Ao permitir que as crianças expressem seus sentimentos e experiências com brincadeiras, damos a elas a oportunidade de transformar a dor em algo compreensível e manejável.

Continua após a publicidade

+ Leia tambémComo ajudar as crianças na compreensão da morte e aceitação do luto

Brinquedotecas como espaços terapêuticos

Não tão distante, em 2022, vivemos algo parecido em Petrópolis.

Naquela ocasião, a criação de uma brinquedoteca foi ponto chave. Naquele espaço, elas se readaptavam à escuridão em brincadeiras com lanternas, reconstruíram suas casas com materiais diversos e faziam curativos nos brinquedos – que para algumas logo ficavam bons, enquanto para outras levava até uma semana.

Precisamos entender que as crianças possuem competências inatas, mas o ambiente precisa favorecer essas competências, com a conduta correta dos adultos. E a melhor conduta é muita gentileza e amorosidade.

Continua após a publicidade

Além disso, é fundamental escutar a criança, com o adulto atuando como um bastidor. Precisamos investir na recuperação emocional dessas pequenas vidas afetadas por tragédias, criando ambientes que favoreçam o brincar e a criatividade.

Ao fazer isso, estamos plantando sementes de esperança e resiliência, que serão fundamentais para que elas possam crescer e se desenvolver de maneira saudável, apesar das adversidades. Com gentileza, amorosidade e um espaço seguro, podemos ajudar a transformar gritos em arte, pesadelos em sonhos, e sombras em luz.

*Carla Maia é psicóloga, criadora do Centro de Desenvolvimento Infantil Playgym e autora do livro O Caleidoscópio – uma educação libertadora para nossos filhos.

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 14,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.