A Covid-19 impactou as bases dos sistemas globais de saúde, mas essa crise não foi em vão. Enquanto fraquezas foram expostas, parceiros de tecnologia do setor já começaram a descobrir novas maneiras de transformar a comunicação e o atendimento dos pacientes. A conectividade avançada, mais especificamente por meio da tecnologia 5G, deve ser uma peça central no novo momento que iremos atravessar. Examino abaixo cinco pilares de saúde de última geração que o 5G ajudará a habilitar assim que estiver disponível no Brasil.
Telemedicina mais rápida e clara
Apesar das limitações atuais em torno da qualidade dos vídeos nas conexões e atendimentos a distância, 83% dos pacientes pretendem usar a telemedicina depois de sairmos da pandemia atual. O 5G pode fornecer a largura de banda necessária para expandir esses serviços para comunidades rurais e alcançar aqueles que não podem comparecer a um hospital ou consultório médico.
Ambulâncias inteligentes
A conectividade aprimorada no atendimento de emergência permite que os paramédicos capturem os sinais vitais de um paciente, compartilhem dados com hospitais quase em tempo real e façam um diagnóstico mais rápido e preciso. Equipamentos robóticos também têm a ganhar com a tecnologia de 5G. É o caso de uma luva robotizada utilizada no atendimento de urgência e conectada a um médico em um hospital durante a realização de um ultrassom. O paramédico pode sentir as vibrações através da luva e direcioná-la para escanear as áreas que o clínico quer ver, permitindo captar e analisar as imagens ao vivo e à distância.
Uso da realidade virtual
A realidade aumentada ou virtual e a computação espacial têm um enorme potencial para transformar a saúde — e o 5G é componente vital para sustentá-las. Ao gerar ambientes de treinamento virtuais, essas ferramentas podem ajudar os profissionais médicos a desenvolver as habilidades de que precisam para ter sucesso em cirurgias e procedimentos complexos sem colocar pacientes de verdade em risco.
Monitoramento remoto acessível
O futuro do atendimento remoto será possível através de sistemas de dispositivos implantáveis ou vestíveis, que monitoram vários parâmetros de sinais vitais registrados por diferentes sensores colocados na superfície corporal e transmitem esses dados aos médicos. Em ensaios clínicos tradicionais, o alcance e a capacidade de participar são frequentemente limitados pela localização geográfica do paciente. O monitoramento remoto torna possível alcançar rapidamente os participantes do estudo elegíveis em todo o mundo, bem como ter os resultados de um grupo mais diversificado. E, claro, pode trazer esses benefícios para a prática médica.
Inteligência artificial e tomada de decisão
A ascensão do 5G pode dar suporte ao número crescente de soluções transformadoras baseadas em inteligência artificial que vão ajudar a processar e analisar grandes quantidades de dados médicos — coletados de fontes distintas — para identificar padrões que os humanos são incapazes ou demoram para encontrar por meio do processamento manual. Essas análises de dados robustas podem ser usadas para identificar grupos de risco de doenças específicas, permitindo que medidas sejam tomadas para combatê-las quanto antes.
* Nadja Risse é diretora global de saúde e ciências da vida da British Telecom