Burnout e outros problemas mentais são os predadores modernos
Como os sete pilares do autocuidado ajudam a evitar que o estresse domine a rotina e se transforme em algo mais sério
Outro dia li sobre as novas diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre bem-estar no ambiente profissional e fiquei bastante alarmada. Os problemas de saúde mental têm aumentado e gerado impactos significativos nos níveis pessoal e corporativo. Chama a atenção sobretudo o crescimento nos casos de burnout.
De acordo com o documento, “12 bilhões de dias de trabalho são perdidos anualmente devido à depressão e à ansiedade, o que custa à economia global quase 1 trilhão de dólares”. A OMS deixa clara a necessidade de enfrentar esse cenário de risco. E uma palavra que surge na sequência do seu alerta é “prevenção”.
A publicação das recomendações das entidades ocorreu no mesmo período que a ACESSA (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para o Autocuidado em Saúde) redefiniu sua missão para “ser um agente transformador na sociedade, evidenciando o valor do autocuidado para a sustentabilidade do sistema de saúde, garantindo, assim, o empoderamento do consumidor através de sua educação, gerando maior liberdade de escolha e acesso a produtos que promovam seu bem-estar.”
Não temos como interferir nos fatores estressores que existem nos ambientes de trabalho, mas podemos conscientizar as pessoas sobre hábitos e atitudes que ajudam a controlar o estresse e impedir que ele se transforme em algo mais sério. É como querer nadar em alto mar ou entrar em uma floresta fechada: os predadores e riscos estão ali, o que nos cabe é nos preparar com as habilidades e os equipamentos adequados.
Eu encaro o burnout e as doenças mentais como predadores modernos. E vejo nos sete pilares do autocuidado promovidos pela OMS a chave para combater esses adversários. Construo meu raciocínio em cima das sete orientações da própria entidade.
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O primeiro pilar diz respeito ao conhecimento. Buscar informações confiáveis e fugir das fake news é importante para se manter em equilíbrio física e mentalmente. Assim como perceber sintomas de que algo vai errado e saber quando e como pedir ajuda profissional.
Na sequência, posso reunir três pilares de uma única vez: alimentação saudável, prática de atividades físicas e bons hábitos de higiene.
Existem estudos que relacionam o estresse ao esgotamento do nível de alguns nutrientes no organismo. Além de comer bem, exercitar-se é fundamental para desacelerar a mente e regular a liberação de neutrotransmissores do bem-estar. A higiene, por sua vez, é vital para nos proteger de infecções ligadas à baixa imunidade, algo influenciado pelo estresse.
O quinto pilar é o da autopercepção, uma capacidade que devemos desenvolver para saber como anda nosso corpo e como ele responde quando algo não vai bem. E isso tem a ver com o sexto pilar, que pede para evitarmos atitudes de risco, como fumar, usar drogas e consumir álcool em excesso.
O último pilar é o uso racional de produtos e serviços de saúde. A ciência e a indústria evoluíram com o objetivo de descobrir como oferecer instrumentos para prevenir e tratar doenças.
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Trago o exemplo do esgotamento de nutrientes associado ao estresse. Fica evidente, para boa parte das pessoas, a necessidade da suplementação para evitar o desequilíbrio do organismo. Hoje temos produtos e tratamentos dirigidos à saúde mental, capazes de reduzir seus efeitos nocivos na qualidade de vida.
Seguir os sete pilares do autocuidado é formar uma rede de proteção contra doenças físicas e mentais. Se perceber sinais de depressão, burnout e afins, procure apoio. Não ache que isso vai passar, o que só favorece o agravamento do quadro. A vergonha e o medo de se expor são vilões implacáveis do bem-estar. Para encará-los, é preciso se autoconhecer.
* Marli Sileci é vice-presidente executiva ACESSA – Associação Brasileira da Indústria de Produtos para o Autocuidado em Saúde