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Acolhimento familiar: um pilar para a saúde emocional dos idosos

Carinho, cuidado e respeito ajudam a manter a saúde dos mais velhos – mas nem sempre é fácil manter uma relação equilibrada

Por Renata Lima, psicóloga e franqueada da rede Padrão Enfermagem*
28 fev 2024, 16h56
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  • Uma das principais características do idoso com demência é a perda gradativa da memória recente – permanecendo os laços e lembranças mais antigas de sua vida.

    É comum que ele não se lembre dos netos e bisnetos ou os confunda com seus filhos. Nessas horas, pode ser desafiador cuidar dessas pessoas, mas imagine o quão acolhedor para esse indivíduo é reconhecer alguém em meio a uma doença que apaga suas lembranças.

    O avanço da idade repercute de maneira diferente em cada um, mas dificilmente encontramos pessoas com idade avançada sem nenhum comprometimento na saúde física, emocional ou cognitiva. E é em momentos de fragilidade que o acolhimento das pessoas mais significativas para nós ganha especial importância. Esse vínculo por vezes exerce um papel fundamental, inclusive na melhora do sistema imunológico e na recuperação da saúde.

    + Leia também: Pesquisa retrata impactos socioemocionais em cuidadores

    Uma boa comunicação e compreensão familiar são essenciais para o bem-estar, porém isso não é tão simples. Para muitos, é difícil compreender a mudança de papel do idoso dentro de casa. A mãe que antes era provedora e segura hoje está mais frágil, dependente e reclusa.

    Nossa experiência nos mostra que muitos não estão preparados para o envelhecimento de seus entes queridos. Eles caem em negação, mantendo o idoso sozinho, com a mesma rotina de sempre, sem perceber que sua condição de saúde mudou. E a solidão pode ser devastadora.

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    Mas mesmo com famílias que dão mais apoio, a busca por profissionais especializados é positiva. Os cuidadores auxiliam na assistência e ajudam os entes queridos a se concentrarem na qualidade do convívio, na dignidade, no afeto e no respeito.

    Quando há alguém com quem dividir a rotina árdua de alimentar, cuidar da higiene, medicar e suprir as necessidades básicas, torna-se muito mais fácil nutrir emocionalmente as relações.

    De acordo com as condições de saúde do seu familiar, promova a autonomia, sempre estimulando que ele execute as atividades que ainda consegue.

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    Faça com que tenha amigos, frequente grupos e converse com vizinhos. Exercite a paciência e a empatia diante da nova condição de saúde do seu ente.

    Ao reconhecer e fortalecer o papel da família no apoio à saúde emocional, é possível criar uma base sólida para que essa fase da vida seja mais saudável. Busque conhecimento sobre o processo de envelhecimento e as doenças que acometem seu familiar.

    Forme uma rede de apoio com amigos, vizinhos, associações de bairro, etc. O cuidado ao idoso é um processo difícil, desgastante, mas não precisa ser solitário. Tenha com quem compartilhar e aprender com as experiências.

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    E, como disse, procure ajuda profissional, mesmo que não consiga fazer isso por tempo integral.

    *Renata Lima é psicóloga e agenciadora de profissionais da saúde na Padrão Enfermagem Guarulhos desde 2016, além de promover palestras e treinamentos para cuidadores profissionais e familiares de idosos.

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