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A relação entre o sono e as doenças reumáticas

Um descanso inadequado piora problemas como fibromialgia e artrite. Essas doenças, por sua vez, prejudicam o sono. É importante interromper o ciclo

Por José Eduardo Martinez, reumatologista*
24 mar 2023, 09h21
doenças reumáticas
Em alguns pacientes de doenças reumáticas, a dificuldade para dormir causa impacto negativo na qualidade de vida até maior do que a própria dor (Foto: Sander Sammy/Unsplash/Divulgação)
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Dormir bem significa ter um sono que restaura a energia despendida durante nossa atividade diária.

Um bom sono é fundamental para que uma série de funções do nosso organismo seja realizada adequadamente. Em resumo, dormir é essencial para uma boa saúde.

Quando o descanso noturno não é restaurador, ficamos suscetíveis a uma série de problemas, como o agravamento de diabetes, obesidade, hipertensão arterial e depressão.

Nesse contexto, é bem conhecida a relação entre os distúrbios do sono e as doenças reumáticas.

+ Leia também: A saúde mental importa no tratamento das doenças reumáticas

De olho nisso, destaco a fibromialgia e outras condições caracterizadas por dor crônica.

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Essa síndrome tem a dor generalizada de longa duração como o principal sintoma, mas os distúrbios do sono e a fadiga também a definem.

Em alguns pacientes, a dificuldade para dormir causa impacto negativo na qualidade de vida até maior do que a própria dor.

Enfatiza-se ainda que a dor crônica e as demais doenças reumáticas têm relação com estresse, cuja associação com sono alterado está bem descrita na literatura médica.

O sono e a inflamação

Nas doenças reumáticas há o aumento de substâncias relacionadas com a inflamação – e sabe-se que elas podem influenciar na regulação do sono.

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Por sua vez, a falta de descanso pode, por exemplo, piorar os sintomas da artrite reumatoide. É uma bola de neve.

Mas há solução. Nesses pacientes, o tratamento da inflamação leva a uma melhora da qualidade do sono. Da mesma forma, um sono mais restaurador pode favorecer a melhora do processo inflamatório envolvido nas doenças reumáticas.

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O problema na vida real

Em uma pesquisa americana, denominada Sleep in America Poll (Enquete sobre sono na América), observou-se que 72% de pacientes adultos com mais de 55 anos com artrite referiram distúrbios como insônia, sono de má qualidade, menos de 5 horas de sono por dia, síndrome das pernas inquietas, etc.

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Outros estudos mostram alta prevalência de distúrbios do sono entre pacientes com artrite reumatoide (74% a 70%); Sjögren (70% a 75%), lúpus eritematoso sistêmico (55% a 60%) e osteoartrite (31% a 81%).

Fale sobre o sono

É importante que reumatologistas e pacientes com doenças reumáticas conversem sobre questões associadas a uma noite bem dormida durante as consultas.

Um paciente bem informado sobre esse aspecto sem dúvida terá uma melhor evolução.

+ Leia também: Remédios para dormir: quando são necessários e quais os riscos?

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É essencial falar sobre higiene do sono, ou seja, mudanças de hábitos que podem ajudar, e muito, a melhorar o repouso – e, portanto, a saúde em geral.

A higiene do sono

Alguns comportamentos que favorecem o descanso:

  • Mantenha horários regulares de sono e vigília
  • Tenha cuidado com a alimentação exagerada ou a ingestão de bebidas estimulantes antes de se deitar
  • Pratique exercícios com regularidade
  • Evite celular, televisão ou computador pouco antes de dormir
  • O ambiente deve ser escuro e silencioso

A promoção da saúde é uma responsabilidade de todos nós e a qualidade do sono é essencial nesse processo.

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*José Eduardo Martinez é reumatologista, membro da Sociedade Paulista e Brasileira de Reumatologia e professor titular do Departamento de Medicina da PUC-SP.

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