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A felicidade como aliada da saúde

Busca por uma vida mais saudável está intrinsecamente conectada à procura e vivência de momentos felizes, reflete especialista

Por Rodrigo de Aquino, pesquisador na área de bem-estar e felicidade*
8 nov 2020, 17h41
felicidade
Felicidade no ambiente de trabalho e no núcleo familiar ajuda a conquistar uma saúde melhor. (Foto: GI/Getty Images)
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A Organização das Nações Unidas (ONU) define a felicidade como um acelerador do desenvolvimento humano e social, isto é, ela é importante para que as pessoas, empresas, escolas e cidades encontrem um modelo digno para existir. Para a psicologia positiva, a felicidade é chamada de bem-estar subjetivo e está fortemente ligada a atitudes, intenções e sentimentos que nos fazem bem.

Esses dois conceitos me remetem a uma terceira ideia. O que é saúde? De acordo com a própria Organização Mundial da Saúde (OMS), ser saudável tem a ver com o completo bem-estar mental, físico, emocional e social do indivíduo, independente de sua raça, religião, ideologia, condição socioeconômica ou orientação sexual. Trocando em miúdos, posso afirmar que a felicidade preserva a boa saúde e a vida saudável oferece às pessoas uma vida mais feliz.

Compreendo que a felicidade ainda é vista como um tema ligado a autoajuda, relacionada meramente a satisfação ou dinheiro. Porém, a ciência vem buscando desfazer esses preconceitos, trazendo novos pontos de vista para o bem-estar e a vida profissional, os relacionamentos etc. Algumas pessoas pensam que a felicidade no ambiente de trabalho e na carreira é considerada “papo para boi dormir”. Outras acham que não, cumprir um ofício não tem nada a ver com empatia, gratidão ou otimismo. Ledo engano!

Falar de felicidade nas fábricas, nos escritórios, nos coworkings ou no home office tem a ver com a humanização das pessoas no ambiente profissional. É criar relações de segurança para que todos se entreguem para a empresa (e o mundo) em sua melhor versão, manifestando seus talentos e qualidades e desenvolvendo um espaço com menos estresse, mais autoestima e saúde mental. Isso permite às pessoas exercerem de fato sua criatividade, sair fora da caixa, cientes de que, mesmo se as ideias forem inusitadas ou inadequadas, todos irão respeitá-las.

Entre amigos e familiares, mesmo havendo casos de competições veladas ou relacionamentos tóxicos, a ciência comprova que relacionamentos positivos são fontes de felicidade e, na sequência, de saúde e longevidade. Ter bons amigos ou um núcleo familiar funcional desperta a confiança para ir atrás de sonhos e exercer sua liberdade, sempre com acolhimento. É ter com quem celebrar conquistas ou um aconchego em eventuais derrotas e inclusive dividir problemas de saúde, tendo companhia num exame ou aderindo ao tratamento diante de uma doença mais séria.

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Viver num mundo que lhe permite ser quem você é, com autoconfiança, é abrir-se para a diversidade, abraçando a excelência que mora dentro de si e conquistando uma existência repleta de verdade e dignidade. Dar voz a felicidade nos dias de hoje é despertar uma nova consciência e um ciclo virtuoso de comportamentos, que estimulam habilidade sociais (resiliência, criatividade, compaixão e empatia) e repercutem na manutenção da saúde física, mental e emocional.

A ciência vem demonstrando que tudo isso reduz estresse, dores e problemas cardiovasculares, além de melhorar o sono, o humor e a imunidade. Para ser mais saudável, como não se propor ser mais feliz?

* Rodrigo de Aquino é comunicólogo, especialista em psicologia positiva e pesquisador na área de felicidade e bem-estar

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