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Calor, sim. Diarreia, não!

Junto com os termômetros, costumam aumentar os casos de gastroenterite associados ao consumo de água e alimentos contaminados

Por Sidney Klajner
28 nov 2023, 14h56
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  • No início deste ano, a cidade de Florianópolis viveu uma epidemia de diarreia. Só em janeiro, foram 5.184 casos, um número seis vezes maior do que o registrado em todo o ano de 2022.

    Isso sem contar os pacientes que não buscaram atendimento médico e os que não foram oficialmente registrados, já que a notificação desse tipo de infecção não é compulsória.

    Análises mostraram que o causador foi o norovírus, detectado incialmente em um rio que chega às areias da famosa praia de Canasvieras, que estava imprópria para banho, mas lotada de gente curtindo o verão.

    Sim, não é preciso nem beber água contaminada. Um simples banho de mar pode ser o suficiente para causar a infecção.

    O norovírus é apenas um dos muitos microrganismos causadores de gastroenterites que surfam no calor. Além da água, uma de suas ‘praias’ favoritas são os alimentos que se degradam mais rapidamente nas altas temperaturas.

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    Do transporte ao armazenamento e manuseio, o risco está em todas as etapas. Até chegar à mesa, o peixe do sashimi ou a carne do quibe cru passam por várias etapas, que podem não ter sido cumpridas com as condições adequadas de refrigeração e os cuidados necessários.

    + Leia também: Onda de calor: saiba os principais impactos à saúde e como reduzir riscos

    O principal sintoma da gastroenterite é a diarreia. Se a perda líquida causada pelo quadro não for compensada de maneira rápida, pode levar à desidratação e a quadros mais graves, sobretudo em crianças e idosos.

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    Felizmente, a maioria das infecções intestinais são autolimitadas e autocuráveis. Mas alguns casos exigem tratamento com antibióticos, e o advento de novos testes ajuda na escolha do que será mais eficaz.

    Hoje, exames com a técnica PCR detectam rapidamente o material genético do agente infeccioso, permitindo saber, a partir de uma amostra de fezes, qual vírus ou bactéria infectou o paciente.

    Assim, é possível administrar o antibiótico que será mais eficiente no combate à infecção. O método convencional de cultura de fezes às vezes nem é pedido porque demora em torno de uma semana para ficar pronto. Nesse período, ou o paciente já se recuperou ou teve seu quadro agravado e está recebendo um antibiótico de amplo espectro de modo empírico.

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    Com o PCR — mesmo tipo de teste usado para Covid e outros vírus, como o influenza — não é preciso esperar que o paciente piore para iniciar o tratamento medicamentoso.

    Como os micro-organismos continuarão surfando no calor, o melhor que temos a fazer é segurar a onda, evitando alimentos crus e observando como são conservados, higienizados e manipulados.

    Vale atenção até para a água mineral – melhor evitar aquele galão que ficou tomando sol na frente ou na área envidraçada do estabelecimento. Com alguns cuidados, dá para curtir só o lado bom das estações mais quentes.

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