Clique e Assine VEJA SAÚDE por R$ 9,90/mês
Imagem Blog

Boca Livre

Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Esse é o blog de Patricia Julianelli, jornalista especialista em nutrição, esporte e qualidade de vida, além de apaixonada por comida e corrida de rua. Ela é autora do livro "Boca Livre - Comida e Boa Forma com Prazer e sem Neura" e apresentadora do quadro "Saúde em Movimento", da rádio CBN
Continua após publicidade

Isso pode ou não pode, nutri?

Seu próximo plano alimentar não deveria ser um contrato assinado em branco. Para dar certo, ele deve ser feito a quatro mãos

Por Patricia Julianelli
12 Maio 2023, 09h06
foto de produtos controversos na alimentação, como leite, ovo, farinha
Pode ou não pode? Cuidado com prescrições dietéticas extremistas e infalíveis.  (Foto: Veja Saúde/SAÚDE é Vital)
Continua após publicidade

Meu filho de 8 anos está vivendo uma fase engraçada. Ainda aparece na madrugada com o travesseiro debaixo do braço, mas já não aceita que tomem decisões por ele. “É o meu quarto, mamãe”, “Você não me disse para respeitar minha fome? Pois é, ela já foi embora”, “Mãããe…. eu já falei para não me beijar na frente dos meus amigos”…

E isso é ótimo. É lindo ver uma criança decidir. Escolher o que vestir, o que colocar no prato. Conhecer seu corpo e estabelecer regras. Expressar com clareza o que lhe faz bem e o que causa desconforto. Não é tudo que um menino de 8 anos escolhe, é evidente. Mas gosto dessa luta constante por poder de decisão.

A conquista da autonomia leva tempo, dá trabalho. Por isso não entendo que um adulto abra mão dela. Que deixe outra pessoa decidir o que vai ou não comer. Que vá ao mercado com listas que não são suas. Sem pensar nem questionar. Como se arquivasse as preferências pessoais numa pastinha do cérebro.

“Nutri: tapioca pode ou não pode?”, “Não posso comer isso, minha nutri me mata”. “A minha cortou tudo: farinha branca, açúcar, leite…”. É sério isso, gente? Perdoe a minha franqueza: mas o que justifica tamanha regressão?

E já esclarecendo: sou fã número 1 dos nutricionistas, profissionais necessários, capazes de verdadeiras revoluções em nossas vidas. O que me pega é esse contrato assinado em branco: o nutricionista falou, tá falado.

Continua após a publicidade

O plano alimentar precisar ser construído a quatro mãos. Os próprios nutris mais antenados às evidências afirmam. E, para isso, devemos assumir as rédeas do jogo. Como? Trocando de profissão por um dia. Isso mesmo: na próxima visita à nutricionista, seja “repórter por um dia”.

+ LEIA TAMBÉM: Por que complicamos tanto nossas escolhas alimentares?

Já leve anotado tudo que sua nutricionista precisa saber sobre você. Divida com ela suas preferências, sua relação com a comida, histórico de dietas, objetivos com a consulta. Tudo. E pergunte. Sobre tudo. Entenda cada movimento proposto por ela.

“Vamos tirar da dieta todos esses alimentos que são inflamatórios”. Aqui já entra em ação o repórter. “Mas o que é ser inflamatório? Inflamação é sempre ruim? Mesmo em quantidades mínimas, eles inflamam o corpo? Mas e se eu consumir meu pãozinho antes do treino, não pode? E se for acompanhado de ovo? Mas seria só o excesso de açúcar que inflama? E se eu comer só um pedacinho de chocolate depois do almoço?”…

Continua após a publicidade

Não saia da consulta com dúvidas. E mantenha um canal aberto com a nutricionista: novas questões devem surgir ao longo do processo. Se você sentir que não há flexibilidade, que essa relação nunca será de escuta e cumplicidade, procure esse espaço em outro lugar.

Não há apenas uma maneira de comer bem. Fuja de profissionais que defendem um estilo alimentar a ferro e fogo, como se ele fosse aplicável a todos. Isso não existe. O que existe é a melhor estratégia para você, que será construída com uma bela tabelinha entre nutricionista e paciente.

O nutricionista é o especialista em nutrição. Mas ninguém entende mais de você que você.

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 14,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.