De quanto em quanto tempo é preciso trocar a toalha de banho?
Assunto ganhou as redes sociais recentemente, vale destacar que esse prazo pode variar de uma pessoa para outra
Mais uma vez, as redes sociais se tornaram palco de uma discussão “acalorada”. Mas, dessa vez, sobre o prazo ideal para substituir toalhas usadas por outras limpas. Afinal, existe uma periodicidade recomendada para trocar toalhas de banho?
“A frequência pode variar, mas uma estimativa é cerca de uma vez por semana“, afirma a dermatologista Analupe Webber, secretária-geral da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Secção Rio Grande do Sul (SBD-RS).
Vale destacar que esse prazo pode mudar de acordo com características de certas pessoas. “Pacientes com foliculites ou outras doenças infecciosas de pele precisam trocar com mais regularidade”, reitera Analupe.
A especialista reforça dois outros pontos:
- Não se secar com toalhas molhadas
- Mau cheiro é sinal de que ela precisa se higienizada
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Na maior parte dos casos, a troca diária de toalha – que já foi recomendada por aí – é um exagero. A exceção fica por conta de pessoas com doenças infecciosas de pele, como a escabiose, também conhecida como sarna.
Aliás, infectologista Mirian Dal Ben, do Hospital Sírio-Libanês, alerta que essa peça pode ser fonte de contaminação de uma pessoa para outra.
“Estudos relatam surtos de infecção de pele por uma bactéria chamada Staphylococcus aureus em indivíduos de clubes de esporte que compartilharam toalha, por exemplo. Uma primeira recomendação é cada um ter a sua, como item de higiene pessoal”, reforça.
Pessoas em tratamento de condições de saúde relacionadas à liberação de secreções também devem ter atenção redobrada. “Se a toalha está suja com algum líquido corporal, como urina, sangue ou outros tipos de fluido, o ideal é lavá-la na hora”, enfatiza Mirian.
O risco de infecções pela falta de limpeza com toalhas
Entre os riscos de trocar toalhas com pouca frequência está o acúmulo de micro-organismos.
“Bactérias e fungos precisam de três coisas para se multiplicar: umidade, temperatura entre 20 e 30°C e um pouco de matéria orgânica”, explica o microbiologista Luiz Almeida, do Instituto Questão de Ciência.
Por matéria orgânica, entenda-se restos corporais (como pele). Mas o que acontece quando passamos a toalha pelo corpo? A cada vez que a utilizamos após o banho, pedaços de pele sem vida ficam depositadas ali. É desse material que os germes se aproveitam para ganhar espaço.
Se a toalha demorar para secar, aí que eles fazem a festa. Sim, largar a toalha enrolada em algum canto favorece a disseminação de micro-organismos que podem ser nocivos – ponto para o membro do casal que reclama dessa atitude!
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Almeida compara esse fenômeno com o bolor que se forma em pães depois de um tempo. Quando eles permanecem ali na cozinha, leva um tempo até que surja aquela camada de coloração esverdeada.
No entanto, se você pingar gotas de água ali, o crescimento de micro-organismos acontece em uma velocidade muito maior. Semelhante ao que ocorre nas toalhas que não são colocadas para secar de maneira apropriada.
Como preservar a toalha
Após o banho, o item deve ser posto em ambiente arejado, de preferência aberto. “Até pode ser na sombra, desde que o ambiente seja bem ventilado”, diz Analupe.
Almeida explica que a exposição solar não é capaz de matar os germes, mas elimina da lista uma das qualidades essenciais para o desenvolvimento: a umidade. “Mas o que vai matar mesmo os micro-organismos é lavar com água e sabão ou na máquina de lavar. A ação do sabão vai perturbar a característica da própria parede celular da bactéria”, detalha.
Ou seja, tem que lavar a toalha, sim!